Importância do médico patologista no diagnóstico do câncer de pele

Em 2020, a OMS registrou 1,5 milhão de diagnósticos de câncer de pele, incluindo 325 mil casos de melanoma, com aumento expressivo ao longo de três décadas, conforme indicam pesquisas. No Brasil, o INCA aponta o câncer de pele como o mais prevalente, correspondendo a cerca de 30% de todos os tumores malignos, com uma média anual de 180 mil novos casos de câncer de pele não melanoma e mais de 8 mil casos de melanoma.

A pele é o maior órgão do corpo humano, sendo uma barreira protetora que muitas vezes pode sofrer com danos externos e agressivos. Uma das fontes de agressão à pele é a exposição extrema ao sol, podendo resultar em doenças como o câncer de pele. A detecção precoce desempenha um papel fundamental no sucesso e na eficácia do tratamento. Quem conduz esse tipo de diagnóstico é o médico patologista.

A importância da biópsia na detecção precoce

A biópsia é uma forte aliada do patologista na detecção precoce do câncer de pele. Essa técnica envolve a remoção de uma pequena quantidade de tecido, preservando a lesão para uma análise detalhada. Dependendo da localização, pode ser realizada por raspagem, punção, incisão ou excisão completa do tumor.

A espessura potencial do tumor e suas margens são examinadas cuidadosamente. O material removido é submetido ao exame anatomopatológico, fornecendo informações essenciais para o diagnóstico e prognóstico. A detecção precoce, realizada por uma junção de exames clínicos, histopatológicos ou radiológicos, é essencial para o tratamento do câncer de pele.

O exame anatomopatológico

Para identificar possíveis tumores, o médico patologista recorre, geralmente, ao exame anatomopatológico, uma de suas principais ferramentas. Esse procedimento minucioso é solicitado por médicos generalistas e especialistas quando confrontados com sintomas ou lesões cutâneas suspeitas.

O processo começa com a coleta de material, muitas vezes via biópsia. Os fragmentos são imersos em formol para conservação e passam por um processo de preparação de amostra para serem analisados no laboratório. Esse material é dividido em pequenos cortes e alocados em lâminas de vidro, banhados por corantes para serem analisados pelo médico patologista sob o microscópio.

Essa análise profunda permite identificar tecidos normais e anomalias, como tumores ou infecções. Em alguns casos, estudos imuno-histoquímicos podem ser realizados para identificar proteínas específicas, fornecendo uma visão ainda mais precisa. Após a confirmação do diagnóstico e dependendo do tipo e estágio da doença, exames moleculares também podem ser conduzidos para detectar mutações genéticas. A identificação de mutações em genes, como o BRAF, desempenha um papel crucial no diagnóstico do melanoma, por exemplo, orientando os especialistas quanto ao prognóstico do paciente e à escolha do tratamento mais eficaz.

Assim como em outros tipos de câncer, a detecção precoce aumenta as chances de sucesso no tratamento do câncer de pele, evitando complicações. Quando negligenciado, o câncer pode avançar, resultando em lesões desfigurantes em áreas expostas, gerando sofrimento aos pacientes.

O papel integrador do médico patologista

Ao final do processo, somente o médico patologista é capaz de integrar dados clínicos, cirúrgicos, morfológicos e moleculares. Essa habilidade resulta no laudo anatomopatológico essencial na prática médica na luta contra os tipos de câncer. Esse relatório não apenas identifica as causas da doença, mas também orienta médicos de diversas especialidades sobre o tratamento mais adequado.

O avanço da tecnologia trouxe novas dimensões ao diagnóstico. Além do exame anatomopatológico, técnicas moleculares como sequenciamento gênico e proteômica aprimoram a compreensão dos tumores. A pesquisa de variantes genéticas, associadas ao desenvolvimento de cânceres específicos, torna-se cada vez mais comum, oferecendo uma ferramenta valiosa para diagnóstico e tomada de decisões no tratamento. A detecção precoce, aliada a técnicas avançadas, é nossa melhor defesa contra o câncer de pele e outros tipos de tumores.

Sinais na pele: alertas preciosos

A observação atenta de alterações na pele é crucial. O câncer de pele não melanoma, frequentemente encontrado em áreas expostas ao sol, como rosto e orelhas, pode se manifestar por manchas que coçam, ardem, descamam ou sangram, além de feridas persistentes. Já o melanoma, mais agressivo, pode surgir de lesões pigmentadas existentes, apresentando alterações na cor, forma e tamanho.

É importante ressaltar que nem toda alteração na pele indica câncer, mas qualquer mudança persistente deve ser avaliada por um médico especialista. O diagnóstico preciso das características do câncer é fundamental para o início de um tratamento adequado. Caso apresente sintomas do câncer de pele como manchas, pintas ou lesões na pele, e tenha histórico familiar da doença, procure um médico dermatologista para tirar suas dúvidas e prosseguir com os exames patológicos caso necessário.

O Célula Laboratório Médico assume o compromisso de trazer informações relevantes, atualizadas e de fontes confiáveis para que você esteja sempre bem informado e mantenha a sua saúde em dia.

Somos responsáveis pela prevenção e o diagnóstico de doenças, a partir de exames anátomos patológicos e citopatológicos. Pautamos nossos serviços pela qualidade, confiabilidade e pelo atendimento personalizado e humanizado, levando para pacientes e médicos parceiros, diagnósticos precisos e especializados.

Referências

Sociedade Brasileira de Patologia. Da biópsia ao diagnóstico: como é realizado o trabalho do patologista. Disponível em: https://www.sbp.org.br/da-biopsia-ao-diagnostico-como-e-realizado-o-trabalho-do-patologista/. Acesso em: 20/12/2023.

Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica. Como é feito o diagnóstico do câncer de pele? Disponível em: https://sbco.org.br/como-e-feito-o-diagnostico-do-cancer-de-pele/. Acesso em: 20/12/2023.

Responsável Técnico Médico

Dr. Marcos Michel Gromowski – Médico Patologista

CRM/MT 4934 RQE 13657

Câncer de pele é o mais incidente no mundo

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ano de 2020 testemunhou cerca de 1 milhão e meio de diagnósticos de câncer de pele, incluindo 325 mil casos de melanoma, a variante de maior gravidade. Estudos indicam que o melanoma tem apresentado um aumento de incidência mais significativo do que qualquer outro tipo de câncer nas últimas três décadas.

No contexto brasileiro, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta o câncer de pele como o mais prevalente no País, respondendo por aproximadamente 30% de todos os tumores malignos. Estimativas do órgão sugerem uma média anual de 180 mil novos casos de câncer de pele não melanoma, além de mais de 8 mil casos de melanoma.

Ao longo deste conteúdo, abordaremos informações essenciais para a compreensão do câncer de pele, desde sua definição até os tipos, causas e sintomas, além de explorar métodos de diagnóstico e estratégias de prevenção.

O que é o câncer de pele?

O câncer de pele é uma condição resultante de alterações no DNA das células da pele, desencadeando um crescimento desordenado e excessivo. Esse processo leva à perda de função e à formação de um tumor maligno.

Tipos de câncer de pele

Existem dois tipos predominantes de câncer de pele: o não melanoma e o melanoma.

O não melanoma é a forma mais comum, caracterizada por sua menor agressividade e elevada taxa de recuperação. Entretanto, se não for tratado adequadamente, pode resultar em sequelas na área afetada. Este tipo pode ser subdividido em dois subtipos predominantes: carcinoma basocelular, prevalente em células da camada mais profunda da epiderme, e carcinoma espinocelular, originado de células escamosas nas camadas superficiais da pele. Ambos geralmente se manifestam em áreas expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas.

O melanoma, embora menos comum, possui o pior prognóstico e a maior taxa de mortalidade quando diagnosticado em estágios avançados. Considerado o mais grave, devido à sua propensão a gerar metástases, o melanoma tem origem nos melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina, que determina a coloração da pele. Pode surgir em qualquer parte do corpo, apresentando-se sob a forma de manchas, pintas ou sinais. Apesar do impacto assustador que o diagnóstico de melanoma pode ter nos pacientes, é importante ressaltar que as chances de cura são significativas quando identificado precocemente.

As principais causas do câncer de pele

Um dos fatores determinantes para o desenvolvimento do câncer de pele é a exposição excessiva à luz solar. Os raios ultravioleta (UV) presentes na luz solar podem causar danos ao DNA das células da pele quando a exposição é prolongada e desprotegida. Pessoas de pele clara, albinas, com olhos claros ou propensas a queimaduras têm maior suscetibilidade ao desenvolvimento da doença, especialmente do melanoma.

O câncer não melanoma é mais prevalente em indivíduos com mais de 40 anos e menos comum em crianças e pessoas de pele escura. Entretanto, estudos epidemiológicos indicam que a exposição solar excessiva durante a infância e adolescência pode contribuir para um aumento na incidência de câncer de pele em pacientes cada vez mais jovens, reforçando a importância das medidas preventivas.

Os fatores genéticos e o histórico familiar desempenham um papel importante no desenvolvimento da doença, especialmente no caso do melanoma. Aqueles com familiares de primeiro grau diagnosticados com melanoma devem realizar exames preventivos regularmente. A presença de mutações genéticas, especialmente nos genes BRAF e NRAS, também está associada ao desenvolvimento da doença.

Outro ponto relevante é a exposição a câmaras de bronzeamento artificial. Há um amplo conjunto de evidências científicas que destaca os potenciais danos decorrentes do uso desse tipo de equipamento para a pele. Atualmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a utilização desses dispositivos no Brasil.

Como diagnosticar o câncer de pele?

O diagnóstico é conduzido pelo dermatologista, fundamentado na avaliação clínica das manchas e lesões, além do histórico do paciente. Durante esse exame, o médico analisará diversas características da lesão suspeita, seguindo os critérios da Regra do ABCDE, uma ferramenta útil para realizar uma triagem de manchas ou lesões suspeitas e pode ser aplicada em casa pelo próprio paciente (autoexame).

Assimetria: lesões ou manchas com assimetria podem indicar malignidade, enquanto as simétricas geralmente são benignas;

Bordas: a presença de bordas irregulares também pode indicar malignidade;

Cor: manchas com mais de uma cor podem sugerir malignidade;

Dimensão: lesões com tamanho superior a 6 milímetros podem indicar provável malignidade;

Evolução: se a mancha ou lesão crescer e mudar de cor, há indício de malignidade.

No entanto, é crucial salientar que apenas um profissional qualificado conseguirá identificar e classificar as lesões como potencialmente cancerosas ou não. Portanto, caso observe o surgimento de manchas ou lesões características, busque a orientação de um profissional de saúde para uma avaliação mais minuciosa.

Exames complementares são essenciais para alcançar o diagnóstico final. Geralmente, recomenda-se a realização de biópsia para análise anatomopatológica. Somente por meio desse procedimento será possível determinar com precisão se a lesão ou mancha é cancerosa.

Após a confirmação do diagnóstico e dependendo do tipo e estágio da doença, exames moleculares também podem ser conduzidos para detectar mutações genéticas. A identificação de mutações em genes, como o BRAF, desempenha um papel crucial no diagnóstico do melanoma, orientando os especialistas quanto ao prognóstico do paciente e à escolha do tratamento mais eficaz.

Assim como em outros tipos de câncer, a detecção precoce aumenta as chances de sucesso no tratamento do câncer de pele, evitando complicações. Quando negligenciado, o câncer não melanoma pode avançar, resultando em lesões desfigurantes em áreas expostas, gerando sofrimento aos pacientes.

Qual a prevenção para o câncer de pele?

A principal forma de prevenção contra o câncer de pele é proteger-se da exposição solar. A radiação ultravioleta (UV) compreende dois tipos: UVA e UVB. Os raios UVB atingem camadas superficiais da pele e causam queimaduras, enquanto os raios UVA atingem camadas mais profundas sem provocar queimaduras, mas são mais perigosos devido ao potencial cancerígeno e ao envelhecimento precoce da pele. Os raios UVA estão presentes ao longo do dia, enquanto os UVB intensificam-se entre as 10h e 16h.

Portanto, é aconselhável usar filtros solares que protejam contra ambos os raios (UVA e UVB), com fator acima de 30, mesmo em dias nublados. Evitar a exposição solar durante os horários de pico e reaplicar o protetor a cada 3 horas, dependendo da atividade, são medidas recomendadas. O uso de acessórios como chapéus, óculos de sol e guarda-sóis também são boas práticas para proteção.

Esteja atento aos sinais do seu corpo. Se notar o surgimento de manchas suspeitas ou lesões persistentes, consulte um dermatologista para avaliação detalhada. O Célula Laboratório Médico assume o compromisso de trazer informações relevantes, atualizadas e de fontes confiáveis para que você se mantenha sempre bem informado e com a sua saúde em dia.

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Referências

Biblioteca Virtual em Saúde. Câncer de pele. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/cancer-de-pele/. Acesso em: 27/11/2023.

Sociedade Brasileira de Dermatologia. Câncer de pele. Disponível em: https://www.sbd.org.br/doencas/cancer-da-pele/. Acesso em: 27/11/2023.

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Dr. Marcos Michel Gromowski – Médico Patologista

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Terapia com testosterona: benefícios e riscos no envelhecimento

A busca pela juventude eterna e pela vitalidade ao longo do processo de envelhecimento é um objetivo de muitos. À medida que envelhecemos, os níveis de testosterona em nosso organismo tendem a diminuir gradualmente.

A testosterona é um hormônio fundamental, principalmente produzido nos testículos. Ela atua em diversas funções do organismo, incluindo a manutenção da densidade óssea, distribuição de gordura, força e massa muscular, crescimento de pelos faciais e corporais, produção de glóbulos vermelhos, desejo sexual e produção de esperma.

É possível observar que a testosterona tem uma influência profunda em vários aspectos da saúde e bem-estar masculino. Neste artigo, abordaremos a terapia com testosterona, seu papel no combate aos efeitos do envelhecimento e os riscos potenciais envolvidos. Afinal, antes de optar por essa forma de tratamento, é essencial compreender todos os aspectos envolvidos. 

Declínio da testosterona com a idade

A produção de testosterona atinge seu pico durante a adolescência e início da idade adulta. Contudo, à medida que envelhecemos, é comum que os níveis desse hormônio diminuam gradualmente, cerca de 1% ao ano após os 30 ou 40 anos de idade. Para muitos homens, essa diminuição faz parte do processo de envelhecimento normal. No entanto, é essencial distinguir entre a diminuição natural da testosterona e o hipogonadismo, uma condição que dificulta a produção adequada do hormônio devido a problemas nos testículos ou na glândula pituitária, situada na base do cérebro.

Os sinais do envelhecimento e os níveis de testosterona

Muitos homens experimentam uma série de sintomas à medida que envelhecem, alguns dos quais podem ser associados a níveis mais baixos de testosterona. Estes podem incluir mudanças na função sexual, alterações físicas, como aumento de gordura corporal, redução da força muscular e diminuição da densidade óssea, além de mudanças emocionais, como a diminuição da motivação ou autoconfiança.

É importante observar que esses sintomas não são exclusivamente causados por baixos níveis de testosterona e podem ter outras origens, como efeitos colaterais de medicamentos, problemas de saúde como apneia obstrutiva do sono, tireoide, diabetes e depressão. Portanto, é importante diagnosticar a causa subjacente dos sintomas antes de considerar a terapia com testosterona.

A terapia com testosterona

Para homens diagnosticados com hipogonadismo, a terapia de reposição de testosterona é uma opção viável. Essa terapia pode ser administrada de diversas formas, incluindo injeções, pellets, adesivos e géis, e tem a capacidade de aliviar os sintomas associados à baixa testosterona.

No entanto, a questão central que muitos se deparam é se a terapia com testosterona pode, de fato, promover juventude e vitalidade em homens que estão envelhecendo de maneira saudável. A resposta a essa pergunta não é tão clara quanto alguns gostariam.

Muitos homens acreditam que a terapia com testosterona os faz sentir mais jovens e energizados, mas a evidência científica que apoia o uso de testosterona em homens saudáveis é limitada. As diretrizes do American College of Physicians indicam que, embora a terapia com testosterona possa melhorar a função sexual em alguns homens, existem poucas evidências de que ela melhore outros aspectos, como vitalidade e energia.

Riscos da terapia com testosterona para o envelhecimento normal

A terapia com testosterona não está isenta de riscos. Entre eles é possível evidenciar:

  • Piora da apneia do sono, um distúrbio sério onde a respiração para e recomeça repetidamente, prejudicando a qualidade do sono e a saúde respiratória.
  • Acne e reações cutâneas.
  • Estimular o crescimento não canceroso da próstata (hiperplasia prostática benigna) e até mesmo o crescimento do câncer de próstata existente.
  • Ginecomastia, que causa o aumento dos seios nos homens.
  • Limitar a produção de espermatozoides e causar encolhimento dos testículos.
  • Estimular a produção excessiva de glóbulos vermelhos, aumentando o risco de formação de coágulos sanguíneos, como a embolia pulmonar.

Além desses riscos, algumas pesquisas sugerem que a terapia com testosterona pode aumentar o risco de doenças cardíacas, mas são necessárias mais investigações para entender essa relação.

A conversa com o médico

Antes de tomar qualquer decisão sobre a terapia com testosterona, é fundamental que você discuta com seu médico. Se você está considerando esse tratamento, seu médico provavelmente medirá seus níveis de testosterona em pelo menos duas ocasiões antes de fazer qualquer recomendação.

No entanto, é fundamental ressaltar que a terapia com testosterona não é aconselhável para tratar o envelhecimento normal. Se não houver uma condição médica subjacente que justifique o uso da terapia, o médico pode sugerir abordagens naturais, como a perda de peso e o aumento da massa muscular através de exercícios de resistência.

A terapia com testosterona pode ser benéfica para homens com hipogonadismo, mas seus benefícios e riscos para homens que envelhecem de forma saudável não são totalmente compreendidos. A decisão de adotar essa terapia deve ser cuidadosamente considerada em consulta com um profissional de saúde. Envelhecer é um processo natural, e a busca pela vitalidade deve ser equilibrada com a avaliação dos riscos envolvidos.

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Referências

Sociedade Brasileira de Urologia. Envelhecimento masculino e a diminuição da testosterona. Disponível em: https://sbu-sp.org.br/publico/envelhecimento-masculino-e-a-diminuicao-da-testosterona/. Acesso em: 26/10/2023

Mayo Clinic. Testosterone therapy: Potential benefits and risks as you age. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/healthy-lifestyle/sexual-health/in-depth/testosterone-therapy/art-20045728?reDate=13092023. Acesso em: 26/10/2023

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Câncer de próstata é o mais incidente entre os homens brasileiros

O câncer de próstata é uma doença que atinge milhões de homens pelo mundo. A estimativa mundial, realizada em 2020, estimou 1,4 milhão de novos casos, o que equivale a 15,2% de todos os tipos de câncer que acometem os homens. No Brasil, a estimativa chega a 71.730 casos para o triênio de 2023 a 2025.

Entre todos os tipos de câncer, o de próstata ocupa a segunda posição entre os mais frequentes no país. Porém, entre os homens é o mais incidente em todo o território nacional. No ano de 2020, foram mais de 15 mil óbitos provenientes da doença, sendo o segundo mais letal. Quando se trata de câncer, é compreensível que a mera menção gere uma apreensão, afinal, essa é uma doença grave, com potencial fatal.

O que é a próstata?

A próstata é um componente do sistema reprodutor masculino e tem a responsabilidade de produzir parte do fluido seminal, conhecido como líquido prostático. Localizada na área pélvica, em condições normais, ela possui um tamanho discretamente aparente abaixo da bexiga.

Na reprodução, sua principal função é liberar uma secreção que é expelida no momento da ejaculação. Esse líquido atua na viabilidade dos espermatozoides, contendo enzimas anticoagulantes e nutrientes essenciais para os gametas masculinos.

Quando e como o câncer de próstata se revela?

O câncer de próstata geralmente age de forma assintomática, frequentemente, passando despercebido. No entanto, é uma das neoplasias mais comuns em todo o mundo, tendendo a se manifestar a partir dos 50 anos de idade.

A detecção precoce do câncer de próstata é normalmente realizada por meio de exames de sangue e avaliação física. Além disso, é fundamental estar atento aos fatores de risco associados à doença. Com um diagnóstico e tratamento precoces, complicações podem ser evitadas, a depender do estágio da doença e das características individuais de cada paciente.

Fatores de risco para o câncer de próstata

Até o momento, a causa exata do câncer de próstata permanece desconhecida. No entanto, sabemos que existem fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da doença, tornando-a mais provável, direta ou indiretamente.

Homens mais velhos apresentam um risco aumentado de desenvolver câncer de próstata. Portanto, a idade é um fator de risco. A maioria dos casos começa a surgir a partir dos 50 anos, o que justifica a recomendação de iniciar a avaliação a partir dessa faixa etária para todos os homens e a partir dos 45 anos para aqueles com fatores de risco, como ascendência africana e histórico familiar de câncer de próstata, mama, ovário ou pâncreas.

Além da idade, fatores como dieta inadequada, obesidade e tabagismo podem estar relacionados ao surgimento da doença. Outros indicadores incluem o estímulo do hormônio masculino, andrógenos, como a testosterona, que pode estimular excessivamente as células da glândula prostática, levando ao crescimento e ao desenvolvimento do câncer de próstata.

O histórico familiar de primeiro grau de câncer de próstata, mama, ovário ou pâncreas, a ascendência africana ou caribenha e as mutações genéticas, também devem ser consideradas.

É importante ressaltar que a presença de fatores de risco não garante o desenvolvimento da doença. Muitos homens podem apresentar vários desses fatores de risco sem nunca desenvolver o câncer, da mesma forma que existem casos de homens sem fatores de risco que podem desenvolver a doença.

Sintomas do câncer de próstata

O câncer de próstata é frequentemente assintomático e, ao contrário de muitas outras neoplasias, não apresenta sinais evidentes em seus estágios iniciais. Geralmente, quando os sintomas surgem, a doença já está em estágio avançado.

Enquanto o câncer estiver restrito à próstata, é raro que os pacientes experimentem sintomas perceptíveis. Os sintomas típicos da próstata, como micção frequente e sensação de bexiga cheia após urinar, são mais frequentemente associados à hiperplasia benigna da próstata.

No entanto, quando o câncer de próstata está em um estágio avançado e se espalha para outros órgãos, como os ossos, os sintomas podem se manifestar como dor intensa. A presença de dor óssea indica que a doença já se disseminou da próstata, tornando o tratamento mais desafiador e as chances de cura significativamente reduzidas em comparação com diagnósticos precoces.

Como prevenir o câncer de próstata?

Embora alguns fatores de risco associados ao câncer de próstata sejam modificáveis, como hábitos alimentares inadequados e tabagismo, não existe uma garantia absoluta de prevenção. Portanto, a estratégia mais eficaz para combater a doença é o diagnóstico precoce, que pode evitar casos mais graves. Assim, a melhor opção é buscar um acompanhamento preventivo para detectar a doença o mais cedo possível.

Principais exames de prevenção

Os exames realizados por profissionais de saúde incluem o toque retal e a dosagem de PSA. O exame de toque é uma parte importante da avaliação física e é essencial para identificar a presença de nódulos na próstata, bem como avaliar o tamanho e a consistência da glândula.

Esses exames devem ser realizados anualmente por um especialista (um urologista) em pessoas com maior risco de desenvolver a doença:

  • Homens com mais de 50 anos.
  • Pacientes com resultados alterados nos exames.
  • Indivíduos de ascendência africana ou caribenha (nesse caso, a partir dos 45 anos).

Diagnóstico do câncer de próstata

Se as alterações forem confirmadas, o próximo passo é a realização de uma biópsia da próstata. Isso envolve a observação das células sob um microscópio para determinar se são malignas ou não. Em casos de incerteza, a imunohistoquímica pode ser usada para uma análise mais detalhada.

A biópsia é realizada sob sedação. Durante o procedimento, pequenos fragmentos do tecido prostático são retirados com uma agulha, por via transretal ou transperineal. Geralmente, o paciente recebe alta no mesmo dia.

Como tratar o câncer de próstata?

O tratamento do câncer de próstata pode variar significativamente entre a doença localizada e a metastática, na qual o câncer se espalha para outras partes do corpo. No caso da doença localizada, que se limita à próstata, as opções de tratamento incluem cirurgia e radioterapia, que podem ser combinadas com bloqueio hormonal, dependendo da agressividade do câncer.

A radioterapia pode ser realizada por meio de duas técnicas principais: radioterapia de intensidade modulada (IMRT) e radioterapia guiada por imagem (IGRT). Cada uma tem suas próprias vantagens e desvantagens. Embora a cirurgia possa resultar em recuperação mais rápida do que a radioterapia, os pacientes submetidos à cirurgia correm o risco de desenvolver incontinência urinária e disfunção erétil após o tratamento.

No caso da radioterapia, o paciente não precisa ser internado, basta comparecer às sessões de tratamento e depois voltar para casa. A quantidade de sessões é determinada pelo radioterapeuta.

Quando o câncer de próstata se torna metastático, o tratamento é baseado em abordagens sistêmicas, principalmente a terapia de bloqueio hormonal, que visa diminuir os níveis de testosterona no sangue. Se mesmo assim a doença continuar progredindo, não respondendo à supressão hormonal, a quimioterapia pode ser necessária para controle.

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Referências

Radar do câncer. Próstata. Disponível em: https://www.radardocancer.org.br/cancer-prostata#:~:text=Fatos%20sobre%20a%20doen%C3%A7a&text=J%C3%A1%20para%20o%20Brasil%2C%20o,e%20em%20todas%20as%20regi%C3%B5es. Acesso em: 26/10/2023

Ministério da saúde. Instituto Nacional de Câncer (INCA). Câncer de próstata: vamos falar sobre isso? Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/cartilha_cancer_prostata_nov2019_3areimp_2022_visualizacao.pdf. Acesso em: 26/10/2023.

Ministério da Saúde. Novembro Azul: mês mundial de combate ao câncer de próstata. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/novembro-azul-mes-mundial-de-combate-ao-cancer-de-prostata/.  Acesso em: 26/10/2023.

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Câncer de mama é o mais comum entre as mulheres em todo o mundo

O câncer de mama é uma doença que afeta milhares de pessoas em todo o mundo, com uma incidência significativa também no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2022, foram estimados mais de 73 mil novos casos da doença no país. Para combater esse elevado número de casos é fundamental que todos estejam cientes dos riscos, da prevenção e das opções de tratamento disponíveis.

O câncer de mama é o tipo mais comum de câncer entre as mulheres em todo o mundo, representando cerca de 25% dos casos novos a cada ano. Embora seja raro antes dos 35 anos, sua incidência aumenta progressivamente, especialmente após os 50 anos. Além disso, vale ressaltar que, embora menos comum, também pode afetar homens, representando aproximadamente 1% de todos os casos de câncer de mama.

Neste artigo, vamos abordar o que é o câncer de mama, seus fatores de risco, métodos de prevenção, diagnóstico e tratamento.

O que é o câncer de mama?

O câncer de mama é uma condição originada pela proliferação descontrolada de células anormais no tecido mamário, resultando na formação de um tumor com capacidade de se espalhar para outros órgãos.

Existem diversos subtipos da doença, variando em velocidade de crescimento. Alguns têm uma progressão rápida, enquanto outros se desenvolvem de forma mais lenta. Felizmente, a maioria dos casos, quando tratados de maneira adequada e no momento oportuno, apresenta um prognóstico favorável e permite alcançar resultados satisfatórios.

Quais os fatores de risco para o câncer de mama?

Diversos fatores de risco estão associados ao desenvolvimento do câncer de mama. Alguns dos principais incluem:

Idade: um dos fatores mais importantes, com a maioria dos casos ocorrendo após os 50 anos.

Histórico familiar: ter parentes de primeiro grau (mãe, irmã, filha) com histórico da doença aumenta o risco, pois há uma maior possibilidade de mutação nos genes específicos da doença.

Excesso de gordura corporal: a obesidade e o sobrepeso estão diretamente relacionados ao aumento do risco de câncer de mama.

Inatividade física: A falta de atividade física regular aumenta a probabilidade do desenvolvimento da doença.

Primeira menstruação antes dos 12 anos ou menopausa após os 55: estudos indicam quealterações nos ciclos menstruais podem influenciar o risco de desenvolvimento da doença.

Consumo de bebida alcoólica: o consumo excessivo de álcool está ligado a um maior risco.

Exposição a radiações ionizantes: tratamentos médicos como radioterapia e exames diagnósticos que envolvem radiações ionizantes podem aumentar o risco.

Terapia de reposição hormonal pós-menopausa: a terapia de reposição hormonal deve ser feita sob rigoroso controle médico para que não haja risco aumentado de câncer de mama.

É importante destacar que a presença de um ou mais desses fatores de risco não garante que alguém desenvolverá a doença, mas é fundamental estar ciente deles para adotar medidas preventivas.

Prevenção e detecção precoce

A prevenção do câncer de mama é uma preocupação constante, e existem medidas que podem ser tomadas para reduzir o risco da doença. Cerca de 17% dos casos podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis, como praticar atividades físicas regularmente, manter o peso corporal adequado, evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e o tabagismo.

A amamentação também é altamente aconselhável, pois evidências científicas indicam que amamentar o filho pode ser um fator protetor para o desenvolvimento de câncer mamário. Além disso, a conscientização e o autocuidado desempenham um papel fundamental na prevenção. Realizar o autoexame mamário regularmente é uma prática importante para a detecção precoce.

Para a realização do auto exame:

  • Observe a aparência das mamas diante do espelho em diferentes posições.
  • Verifique a presença de mudanças na forma, tamanho ou textura da pele.
  • Faça a palpação em pé ou deitada, usando os dedos em movimentos circulares para explorar toda a mama, incluindo a área ao redor do mamilo.
  • Mantenha sempre a atenção para qualquer anomalia, como nódulos, inchaço ou secreção anormal.

É importante enfatizar que o autoexame complementa, mas não substitui os exames clínicos regulares indicados por um profissional de saúde. A mamografia de rastreamento é um exame crucial para a detecção precoce, e é recomendada para mulheres entre 50 e 69 anos a cada dois anos, de acordo com o Ministério da Saúde. O histórico clínico pode alterar fatores como idade e frequência, por isso é importante realizar o acompanhamento médico de maneira regular.

A detecção precoce do câncer de mama é essencial, pois aumenta significativamente as chances de tratamento bem-sucedido. O câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, na maioria dos casos, o que possibilita tratamentos menos agressivos e com maiores taxas de sucesso.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico final envolve a realização de exames de imagem, como a mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética, e a confirmação é feita por meio de biópsia – análise do tecido tumoral em laboratórios de análises patológicas.

O tratamento varia de acordo com o estágio da doença e as características do tumor, e pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica. Os exames e o aconselhamento médico é que vão ditar qual o melhor caminho a ser seguido.

O câncer de mama é uma realidade preocupante, mas a conscientização, a prevenção e a detecção precoce desempenham um papel fundamental na luta contra essa doença. É crucial que as pessoas estejam cientes dos fatores de risco, adotem hábitos saudáveis e realizem exames de rotina. Lembre-se de que sua saúde mamária é uma prioridade e que a educação e a informação são ferramentas poderosas para a sua proteção.

O Célula Laboratório Médico assume o compromisso de trazer informações relevantes, atualizadas e de fontes confiáveis para que você se mantenha sempre bem informado e mantenha a sua saúde em dia.

Somos responsáveis pela prevenção e o diagnóstico de doenças, a partir de exames anátomos patológicos e citopatológicos. Pautamos nossos serviços sempre pela qualidade, confiabilidade e pelo atendimento personalizado e humanizado, levando para pacientes e médicos parceiros, diagnósticos precisos e especializados.

Referências

Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer (INCA). Câncer de mama. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/mama. Acesso em: 19/09/2023.

Instituto Nacional de Câncer (INCA). Câncer de mama: vamos falar sobre isso? Disponível em: https://www.inca.gov.br/publicacoes/cartilhas/cancer-de-mama-vamos-falar-sobre-isso. Acesso em: 19/09/2023.

Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Câncer de Mama. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/cancer-de-mama/. Acesso em: 19/09/2023.

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Dr. Marcos Michel Gromowski – Médico Patologista

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Mutações KRAS e NRAS impactam no tratamento do câncer colorretal

Mutações genéticas nos genes KRAS e NRAS estão presentes em quase metade dos cânceres colorretais. Essas mutações estão ligadas a uma sobrevida reduzida e a agressividade do tumor, pois afetam a resposta a certos tratamentos.

A presença dessas mutações influencia a eficácia da terapia, especialmente aquelas direcionadas ao bloqueio do receptor EGFR. Pacientes que possuem mutações nos genes KRAS e NRAS não respondem bem a tratamentos com anticorpos monoclonais anti-EGFR, por exemplo.

Portanto, é crucial considerar a adoção do teste molecular para estes genes como um procedimento diagnóstico padrão para garantir uma abordagem mais precisa no tratamento.

Mutação genética nos genes KRAS/NRAS

As mutações nos genes KRAS, NRAS e BRAF desempenham um papel fundamental no câncer colorretal, ocorrendo em até 50% dos casos. Esses genes, especialmente o KRAS e o NRAS, pertencem à família de proteínas G do tipo RAS, que participam das vias de sinalização iniciadas por fatores de crescimento celular, como a proteína EGFR (receptor de crescimento epidérmico).

A proteína EGFR atua no crescimento e na sobrevivência celular. Sua ativação aciona uma série de processos celulares que resultam na multiplicação das células. Mutações no gene que codificam essa proteína (gene EGFR) podem causar a desregulação no ciclo celular, levando ao crescimento excessivo e desorganizado do tecido, processo característico do câncer.

As proteínas KRAS e NRAS estão envolvidas diretamente nas vias de sinalização ativadas pelo EGFR. Quando ativadas, essas proteínas passam por mudanças em sua estrutura que permitem o despertar de diversos outros sinais intracelulares. Juntas, essas proteínas promovem a sobrevivência celular, o crescimento, a formação de novos vasos sanguíneos e a diferenciação celular. Portanto, mutações nos genes KRAS e NRAS potencialmente podem desregular o ciclo celular e promover o desenvolvimento de um tumor.

Diagnóstico molecular para melhor orientação terapêutica

Dada a importância dessas mutações na escolha do tratamento, a análise do estado mutacional dos genes KRAS e NRAS tornou-se essencial no cuidado de pacientes com câncer colorretal.

Antes de iniciar o tratamento, a detecção prévia dessas mutações é vital para aumentar a probabilidade de sucesso terapêutico e a sobrevida do paciente. Uma pesquisa realizada no México revelou que somente 63% dos médicos oncologistas na América Latina utilizam testes genéticos para examinar o gene KRAS (os genes NRAS e BRAF não são regularmente incluídos no teste), após diagnosticar câncer colorretal metastático. Esse dado indica que muitos pacientes com a doença podem estar recebendo tratamentos ineficazes.

A genética no diagnóstico personalizado

Hoje em dia, não se deve iniciar o tratamento de um paciente com câncer sem antes investigar o perfil genético do tumor. Nos laboratórios de patologia, o método de diagnóstico considerado padrão-ouro envolve o uso de ácidos nucleicos (DNA e/ou RNA) obtidos de fragmentos de tecido saudável do tumor original ou de lesões metastáticas que foram previamente analisadas por médicos patologistas. Em resumo, a análise genética do tumor ocorre por meio de exames moleculares, permitindo a identificação de características específicas do câncer.

Essa caracterização genômica individualizada de cada tumor em cada paciente desempenha um papel central ao orientar as decisões de tratamento, sendo crucial para o sucesso das terapias alvo contra o câncer. Nos últimos anos, esse conceito se materializou no que é conhecido como medicina personalizada, medicina de precisão ou, sob a perspectiva da patologia, medicina genômica.

O câncer é uma doença em constante evolução, moldada pela acumulação de várias mutações, influências epigenéticas e variações estruturais. Essas alterações podem ter origem em predisposições genéticas, como nos casos de cânceres hereditários, que podem resultar em padrões variados de genomas tumorais individuais.

Com essa compreensão, a oncologia de precisão faz uso dos exames genômicos dos pacientes para entender os tipos de tumores, a fim de criar estratégias de diagnóstico, prognóstico e tratamento, adaptadas às particularidades de cada pessoa, com direcionamento às terapias específicas para cada caso. Isso capacita os médicos a tomarem melhores decisões na escolha das terapias mais eficazes.

É preciso entender que cada câncer possui características únicas que afetam diretamente a eficácia do tratamento. Nesse sentido, o estudo molecular do carcinoma é essencial para caracterizar o tumor de acordo com sua análise genômica, possibilitando a identificação de alvos terapêuticos mais eficazes em diferentes subtipos de tumores.

Análises genômicas para prevenção

A utilidade das análises genéticas não se limita aos tumores e células cancerígenas. Atualmente, é possível avaliar com relativa segurança e precisão se alguém possui uma predisposição maior ou menor para desenvolver certos tipos de câncer.

Isso é viável graças a tecnologias como o sequenciamento de nova geração (NGS), que analisa o DNA humano em busca de mutações preditivas de câncer. Esses exames, conhecidos como painéis genéticos, permitem a análise do código genético do paciente para detectar variantes genéticas hereditárias que possam indicar uma predisposição ao desenvolvimento de diferentes tipos de câncer.

Vale destacar que praticamente todos os indivíduos carregam alguma mutação genética e, na maioria dos casos, isso não resulta no desenvolvimento de doenças. Portanto, a presença de uma mutação não garante o desenvolvimento de câncer no futuro. Esses testes são essenciais para possibilitar um acompanhamento mais próximo, caso seja identificado um gene suspeito, permitindo intervenções preventivas visando evitar o surgimento da doença.

O Célula Laboratório Médico assume o compromisso de trazer informações relevantes, atualizadas e de fontes confiáveis para que você se mantenha sempre bem informado e mantenha a sua saúde em dia.

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Referências

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Kuipers, E. J., Grady, W. M., Lieberman, D., Seufferlein, T., Sung, J. J., Boelens, P. G., van de Velde, C. J., & Watanabe, T. (2015). Colorectal cancer. Nature reviews. Disease primers.

Mármol, I., Sánchez-de-Diego, C., Pradilla Dieste, A., Cerrada, E., & Rodriguez Yoldi, M. J. (2017). Colorectal Carcinoma: A General Overview and Future Perspectives in Colorectal Cancer. International journal of molecular sciences.

Sanchez-Ibarra HE, Jiang X, Gallegos-Gonzalez EY, Cavazos-González AC, Chen Y, Morcos F, Barrera-Saldaña HA. KRAS, NRAS, and BRAF mutation prevalence, clinicopathological association, and their application in a predictive model in Mexican patients with metastatic colorectal cancer: A retrospective cohort study. PLoS One. 2020 Jul 6;15(7):e0235490. doi: 10.1371/journal.pone.0235490. PMID: 32628708; PMCID: PMC7337295.

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Câncer colorretal é o terceiro mais incidente no Brasil

O câncer colorretal, também conhecido como câncer de intestino, possui a segunda maior taxa de mortalidade no mundo, sem considerar os tumores de pele não melanoma. Conforme indicam os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), são mais de 800 mil óbitos por ano. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), apenas no ano de 2020 foram registrados, no Brasil, ao menos 20 mil mortes desse tipo de câncer, que ocupa a terceira posição entre os cânceres mais frequentes.

Alguns fatores que levam ao seu desenvolvimento estão diretamente relacionados à alimentação pobre em fibras, obesidade, tabagismo, sedentarismo, consumo excessivo de álcool e doenças inflamatórias do intestino como a doença de Crohn. Porém, por ser uma doença multifatorial, ou seja, que pode ser desencadeada por diferentes motivos, é necessário manter a saúde do intestino em dia para se prevenir dela.

Além desses problemas, a idade também parece ser um indicativo, sendo recomendado o exame preventivo acima dos 45 anos. Por se tratar de uma doença muitas vezes silenciosa no início e com sintomas que podem ser facilmente confundidos com outras condições, é importante manter consultas regulares a um médico especialista e ficar alerta em caso de qualquer alteração intestinal.

Um fato curioso é que, segundo especialistas, esse tipo de câncer costuma aparecer com maior frequência em populações com índices sócioeconômicos estáveis, pois a medida em que essas condições melhoram, a população do país passa a consumir mais alimentos processados e/ou ultraprocessados, deixando aqueles alimentos ricos em fibra de lado. Nos Estados Unidos, um país desenvolvido com mais de 300 milhões de habitantes, a incidência do câncer colorretal é de mais de 150 mil novos casos a cada ano.

O que é câncer colorretal?

Esse tipo de câncer é caracterizado pela formação de tumores em uma parte do intestino grosso chamada de cólon, no reto, que corresponde ao final do intestino logo antes do ânus, e no ânus. É denominada uma doença heterogênea que se desenvolve predominantemente através de mutações genéticas em lesões benignas, como pólipos adenomatosos e serrilhados presentes no intestino.

Os pólipos são estruturas formadas dentro do intestino, constituídas pelo próprio tecido. Mesmo que muitos deles sejam benignos e não causem problemas à saúde, alguns podem se transformar em tumores cancerígenos. Os pólipos são caracterizados da seguinte maneira:

  • Pólipos adenomatosos (adenomas) → aqueles que podem evoluir para um câncer, portanto, são considerados pré-cancerígenos. Eles possuem três tipos diferentes: os tubulares, os vilosos e os tubulovilosos.
  • Pólipos serrilhados → são tratados como adenomas, pois apresentam maior risco de desenvolvimento do câncer colorretal.
  • Pólipos hiperplásicos (ou inflamatórios) → são mais frequentes, porém, raramente evoluem para um quadro cancerígeno.

Outras preocupações com o crescimento dessas estruturas ou no aumento do risco do aparecimento do câncer colorretal são o tamanho do pólipo, a quantidade de pólipos formados e a displasia – área do revestimento do cólon ou do reto afetada por um crescimento desordenado de células que mexem com a estrutura original do tecido.

O câncer colorretal pode se apresentar de três formas distintas como a bem diferenciada, a moderadamente diferenciada ou pouco diferenciada, sendo a última a mais agressiva e a com pior estimativa de evolução.

Sintomas e diagnóstico do câncer colorretal

A fase inicial da doença costuma não apresentar sintomas, podendo passar despercebida por um longo período. À medida que há uma evolução tumoral, sinais podem surgir como sangue nas fezes, sangramento retal, principalmente após evacuar, anemia sem causa aparente e fraqueza ou fadiga excessiva.

Qualquer alteração intestinal também deve ser levada em consideração, como diarreia ou intestino preso. Em casos avançados, dores abdominais podem aparecer conforme o aumento dos tumores, mas todos os sintomas podem ser facilmente confundidos com os de outras doenças não malignas, portanto, é essencial optar pelo acompanhamento de um médico especializado.

O diagnóstico é feito através da avaliação clínica do paciente, bem como de seu histórico familiar e idade. Havendo qualquer tipo de dúvida, o médico irá solicitar exames complementares para chegar a um diagnóstico definitivo.

O exame mais utilizado é a colonoscopia, uma técnica de imagem que verifica a integridade das paredes do intestino. Durante o procedimento é possível retirar pólipos ou pedaços de tecidos lesionados (biópsias) para avaliação patológica. Todo esse material é avaliado pelo patologista, através de métodos histológicos, para a verificação da presença ou não de um câncer.

Outros exames como o PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) e a Hibridização In Situ Fluorescente (FISH), podem ser solicitados pelo médico para avaliar a presença de biomarcadores específicos do câncer colorretal. Essa prática auxilia na tomada de decisão do médico para tratamentos mais assertivos.

Câncer colorretal tem cura?

Sim, principalmente se descoberto precocemente. Segundo o INCA, para casos descobertos nos estágios iniciais há uma chance por volta de 95% de cura. Em casos mais avançados este número cai para 60%. Portanto, a melhor forma é prevenir o desenvolvimento da doença e realizar consultas periódicas para acompanhar a saúde do intestino.

No cenário em que o tratamento se faz necessário, este é conduzido por meio da realização de uma cirurgia de remoção do tumor, e a utilização de quimioterapia pode ser considerada em situações onde o tumor se encontra em estágio avançado. No contexto em que o câncer afeta o reto, a porção terminal do intestino, é possível que a abordagem inclua a administração de radioterapia antes da cirurgia.

Como prevenir o câncer colorretal?

Estratégias essenciais para prevenir o câncer colorretal compreendem evitar fatores de risco ajustáveis e adotar a detecção precoce da condição. É crucial agendar exames e consultas médicas regularmente, especialmente após os 45 anos, ao invés de buscar assistência somente após o surgimento de problemas de saúde.

Os exames de rastreamento têm um papel fundamental na prevenção, permitindo a identificação e remoção de lesões em estágios iniciais, como os pólipos, evitando o possível desenvolvimento de câncer. Indivíduos com histórico familiar de câncer colorretal ou diagnóstico de doença inflamatória intestinal devem ser particularmente diligentes, começando os exames de rastreamento mais cedo e com maior frequência.

Adotar um estilo de vida saudável envolve eliminar hábitos como tabagismo e consumo excessivo de álcool. Uma dieta equilibrada, rica em alimentos naturais e fibras, também desempenha um papel crucial na saúde intestinal. Além disso, a prática regular de exercícios físicos e a manutenção de um peso corporal saudável são fatores determinantes na prevenção da condição.

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Referências

US Preventive Services Task Force. Screening for Colorectal Cancer: US Preventive Services Task Force Recommendation Statement. JAMA. 2021;325(19):1965–1977. doi:10.1001/jama.2021.6238

Instituto Nacional de Câncer. Câncer de cólon e reto. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/numeros/estimativa/sintese-de-resultados-e-comentarios/cancer-de-colon-e-reto. Acesso em: 24/08/2023.

Organização Pan-Americana da Saúde. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/cancer#:~:text=Os%20tipos%20de%20c%C3%A2ncer%20mais,1%2C8%20milh%C3%A3o%20de%20casos). Acesso em: 24/08/2023.

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Câncer de pulmão é o que mais causa mortes no mundo

O câncer de pulmão é o terceiro mais comum entre os homens e o quarto entre as mulheres, sendo responsável por 28.618 mortes em 2020 no Brasil. Segundo a estimativa de novos casos de 2023 do Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 30 mil brasileiros têm a doença. No mundo, o número é ainda mais alarmante, sendo a principal causa de incidência e mortalidade por câncer, com cerca de 2 milhões de diagnósticos e 1 milhão e 800 mil mortes.

O principal fator para o desenvolvimento do câncer de pulmão é o tabagismo, responsável por cerca de 80% dos casos, fazendo com que a doença seja a principal causa evitável de morte no mundo. Outros fatores atrelados ao câncer de pulmão, segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), são a exposição passiva ao tabaco, o contato com produtos químicos tóxicos de forma ocupacional e o histórico familiar. O diagnóstico da doença é mais comum em homens acima dos 60 anos de idade, geralmente, devido à exposição crônica a substâncias carcinogênicas.

Segundo o INCA, apenas 16% dos cânceres são diagnosticados no estágio inicial da doença, o que ajuda bastante na taxa de sobrevida e em uma possível cura. Contudo, o mais comum é que o câncer de pulmão seja descoberto de forma tardia, prejudicando o tratamento, sendo assim, a principal forma de sucesso é a prevenção da doença.

Nesse conteúdo, você encontrará as principais informações sobre o câncer de pulmão, as principais causas, diagnósticos e formas de tratamento. Lembrando que esse conteúdo não substitui a consulta médica e a avaliação de cada caso por uma equipe de saúde especializada.

O câncer de pulmão

O câncer de pulmão é um tipo de câncer que se inicia quando células anormais crescem de maneira descontrolada nos pulmões. Esse desbalanço celular resulta na formação excessiva de células que se acumulam e podem levar à criação de tumores, prejudicando o funcionamento dos órgãos afetados.

Fatores como mutações genéticas, exposição a agentes carcinogênicos, comportamentos de risco e infecções virais – como Papilomavírus Humano (HPV) ou Tuberculose (TB) – podem desencadear essas alterações.

Tipos de câncer de pulmão

Os cânceres de pulmão mais comuns são o câncer de pulmão de células pequenas (SCLC) e o câncer de pulmão de células não pequenas (NSCLC).

SCLC

É menos comum, representando aproximadamente 15% da incidência da doença. Apresenta crescimento rápido e agressivo, ocorrendo exclusivamente em fumantes. A exposição crônica aos componentes carcinogênicos da fumaça do tabaco induz uma alta carga mutacional, facilitando a metástase – espalhamento da doença para outros órgãos.

NSCLC

É o mais comum e possui crescimento lento. Geralmente se forma em um tumor localizado que pode ser retirado por cirurgias ou radioterapia com maior chance de cura. Além do tabagismo, outros fatores podem ser relacionados a seu aparecimento.

Sintomas do câncer de pulmão

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem vários sintomas que podem indicar um problema nos pulmões. Os principais são:

  • Dor no peito;
  • Falta de ar;
  • Fadiga;
  • Tosse persistente e/ou com sangue;
  • Perda de peso sem causa conhecida;
  • Infecções pulmonares recorrentes.

Vale lembrar que os primeiros sintomas podem ser leves ou confundidos com problemas respiratórios comuns, levando a um atraso no diagnóstico correto.

Como realizar o diagnóstico

O diagnóstico é realizado por um médico através de testes físicos, análises dos sintomas descritos pelo paciente e exames de imagem, como radiografia de tórax, tomografia computadorizada e ressonância magnética, para uma primeira observação do problema.

Para identificação da doença e subtipo do câncer de pulmão (NSCLC ou SCLC), são realizados exames de anatomia patológica, como biópsias, através da coleta de uma amostra do tecido pulmonar, peças cirúrgicas, imuno-histoquímica, imunofluorescência e revisão de lâmina.

Ainda, pensando em um tratamento personalizado, são realizados testes oncomoleculares, como o teste de Fish e a análise de reação em cadeia da polimerase (PCR), para detectar mutações genéticas ou biomarcadores específicos.

 Como prevenir o câncer de pulmão

A melhor maneira de prevenir o câncer de pulmão é não fumar. Porém, existem outros fatores, considerados como medidas de prevenção primária, que devem ser evitados, como: a poluição do ar, o fumo passivo e os riscos no local de trabalho, como exposição por longos períodos a produtos químicos carcinógenos e amianto (responsável por quase 5% dos casos da doença, segundo o INCA).

A prevenção secundária envolve métodos de diagnóstico precoce da doença, principalmente em grupos de risco como os fumantes, antes mesmo do aparecimento dos sintomas. Nesse cenário, é importante realizar consultas médicas regulares já que a detecção no estágio inicial pode aumentar de maneira significativa as chances de sucesso no tratamento e melhorar os resultados.

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Somos responsáveis pela prevenção e o diagnóstico de doenças, a partir de exames anátomos patológicos e citopatológicos. Pautamos nossos serviços sempre pela qualidade, confiabilidade e pelo atendimento personalizado e humanizado, levando para pacientes e médicos parceiros, diagnósticos precisos e especializados.

Referências

INCA. Câncer de pulmão. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/pulmao. Acesso em 02/08/2023.

OMS. Lung cancer. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/lung-cancer. Acesso em 02/08/2023.

IARC. Lung cancer. Disponível em: https://www.iarc.who.int/cancer-type/lung-cancer/. Acesso em 02/08/2023.

Thandra KC, Barsouk A, Saginala K, Aluru JS, Barsouk A. Epidemiology of lung cancer. Contemp Oncol (Pozn). 2021;25(1):45-52. doi: 10.5114/wo.2021.103829. Epub 2021 Feb 23. PMID: 33911981; PMCID: PMC8063897.

Valeria Relli, Marco Trerotola, Emanuela Guerra, Saverio Alberti, Abandoning the Notion of Non-Small Cell Lung Cancer, Trends in Molecular Medicine, Volume 25, Issue 7, 2019, Pages 585-594, ISSN 1471-4914, https://doi.org/10.1016/j.molmed.2019.04.012.

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Leishmaniose humana: Entenda a doença e como se proteger

A Leishmaniose é uma doença de grande impacto global. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Leishmaniose está entre as dez principais doenças tropicais negligenciadas no mundo.

Um dos principais aspectos que tornam a Leishmaniose uma preocupação em saúde pública é a sua ampla distribuição geográfica, podendo ocorrer em áreas rurais e também em perímetros urbanos. Isso significa que a doença pode atingir uma grande parcela da população, tornando-se um desafio para as autoridades de saúde controlar a sua disseminação.

A expansão urbana e as mudanças climáticas também contribuem para o aumento dos casos de Leishmaniose em algumas áreas do Brasil. O desmatamento, a urbanização desordenada e a falta de saneamento básico são fatores que favorecem a proliferação do mosquito vetor e, consequentemente, a disseminação da doença.

Neste conteúdo, você encontrará informações muito importantes sobre a doença, sua transmissão, sintomas, forma de diagnóstico e como realizar a prevenção.

O que é a Leishmaniose?

A Leishmaniose é uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero Leishmania, parasitas intracelulares obrigatórios que possuem ciclo de vida alternado entre hospedeiros vertebrados (mamíferos) e insetos (vetores de transmissão). É considerada uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida de animais para seres humanos por meio da picada de mosquitos.

Mais de 70 espécies de mamíferos (incluindo humanos) são hospedeiras da Leishmania, sendo algumas delas consideradas como reservatórios do protozoário na natureza. A infecção em roedores e cães é a mais frequente, mas o parasita também é capaz de infectar outros mamíferos silvestres, como preguiças, tatus, tamanduás, algumas espécies de marsupiais, morcegos, coelhos, felinos e primatas.

A Leishmaniose desencadeia diversos sinais clínicos que podem variar em sua gravidade. No entanto, as três principais categorias clínicas da doença são a Leishmaniose cutânea, mucosa e visceral (também conhecida como Calazar). Dentre estas formas clínicas, a Leishmaniose visceral é a forma mais grave e progressiva, podendo ser fatal se não tratada.

Como a doença é transmitida?

A transmissão da Leishmaniose ocorre através da picada de mosquitos infectados pelo parasita Leishmania. Esses mosquitos são conhecidos como mosquitos-palha e são responsáveis por transmitir o parasita de um hospedeiro infectado para um hospedeiro suscetível, como seres humanos e animais.

O ciclo de transmissão da Leishmaniose inicia-se quando o mosquito-palha fêmea pica um hospedeiro infectado, como um cão ou roedor. Durante a picada, o mosquito ingere o parasita presente no sangue animal.

Dentro do mosquito, o parasita sofre uma transformação para uma forma infectante denominada promastigota. Quando o mosquito pica um novo hospedeiro, como um ser humano, ele inocula as formas promastigotas junto com sua saliva. As formas promastigotas migram para o interior das células do sistema imunológico do hospedeiro, onde se transformam em formas amastigotas.

Uma vez dentro das células do hospedeiro, as formas amastigotas se multiplicam e se disseminam para os tecidos e órgãos do corpo, causando os diferentes tipos de Leishmaniose, com sintomas específicos associados a cada uma delas.

É importante destacar que a transmissão da Leishmaniose não ocorre diretamente de uma pessoa para outra, e sim através da picada dos mosquitos vetores. Os mosquitos são mais comuns em áreas rurais e silvestres, mas também podem ser encontrados em ambientes urbanos, principalmente em regiões com clima quente. Seu comportamento é mais ativo no início da manhã e no final da tarde, período em que as pessoas devem tomar precauções adicionais para evitar picadas.

Quais os principais sintomas da Leishmaniose?

Os sintomas da Leishmaniose podem variar dependendo da forma da doença e do sistema imunológico do indivíduo afetado. A seguir, descrevemos os sintomas mais comumente associados.

Leishmaniose Visceral

É a forma mais grave, caracterizada por febre prolongada, fraqueza e fadiga intensa, perda de peso sem explicação aparente, palidez e anemia, aumento do baço e do fígado, diarreia, vômito e falta de apetite. A doença renal também é uma importante manifestação clínica, cuja progressão pode levar a pessoa infectada ao óbito.

Leishmaniose Cutânea

É caracterizada pelo surgimento de lesões na pele, geralmente após semanas da picada do mosquito. As lesões se manifestam inicialmente como pequenas pápulas ou nódulos, que se desenvolvem em úlceras de bordas elevadas e centro avermelhado, com a formação de crostas. As úlceras podem ser únicas ou múltiplas, e são mais frequentes nas extremidades expostas do corpo, como braços e pernas, podendo causar coceira e dor.

Leishmaniose Muco cutânea

Inicia-se com lesões cutâneas semelhantes às da forma cutânea, que podem levar a formação de úlceras. Posteriormente, afeta as mucosas, principalmente do nariz, boca e garganta. Se não tratada pode causar deformações graves nessas regiões e comprometimento da respiração, fala e alimentação.

Perceba que muitos dos sintomas de Leishmaniose podem ser inespecíficos e se assemelhar a outras doenças, o que dificulta o diagnóstico precoce. Além disso, a forma visceral da doença pode ser grave e levar ao óbito se não for tratada adequadamente. Portanto, diante de qualquer sintoma incomum ou persistente, é fundamental procurar atendimento médico para uma avaliação adequada. Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico e tratamento, maiores são as chances de recuperação e redução das complicações.

Como é feito o diagnóstico e tratamento da Leishmaniose?

O diagnóstico da Leishmaniose pode ser realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais. Exames de sangue são utilizados para detectar a presença do parasita no organismo, como o exame de imunofluorescência indireta (RIFI) e o ensaio imunoenzimático (ELISA).

Um método mais recente é a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), uma técnica molecular que amplifica o material genético do parasita, permitindo sua detecção com alta sensibilidade e especificidade. Esse exame é importante para um diagnóstico mais preciso e rápido, possibilitando um tratamento adequado e evitando complicações graves de saúde.

A PCR pode ser realizada a partir da coleta de amostras da ferida (Leishmaniose cutânea), por meio de raspagem ou biopsia da borda da lesão com anestesia local. Amostras de sangue, aspirado de medula óssea e aspirado ganglionar também podem ser utilizados para diagnóstico, especialmente na Leishmaniose visceral.

O tratamento da Leishmaniose varia de acordo com a forma da doença e a gravidade do caso. Geralmente, são utilizados medicamentos específicos, que devem ser prescritos por um médico especialista. Em alguns casos mais graves, pode ser necessário o acompanhamento hospitalar.

Mais do que efetuar o tratamento precoce, é essencial conscientizar a população da importância da prevenção. Embora não existam vacinas contra a doença, medidas podem ser efetuadas para prevenir a proliferação do mosquito transmissor e se proteger de possíveis picadas.

Mantenha o seu quintal limpo de galhos e folhas e efetue a poda de árvores muito grandes para evitar o sombreamento do local. Aumentar a insolação evita a geração de condições favoráveis a multiplicação do mosquito transmissor.

E importante descartar adequadamente o lixo orgânico para que animais hospedeiros, como ratos e gambás, não se aproximem das casas. Utilize medidas de proteção individual, com o uso de repelentes, além de telas e mosquiteiros, e evite construir casas muito próximas às matas.

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Referências:

Brasil. (2021). Secretaria de vigilância em saúde – Ministério da saúde. Boletim Epidemiológico: Doenças Tropicais Negligenciadas.

Mann, S., Frasca, K., Scherrer, S., Henao-Martínez, A. F., Newman, S., Ramanan, P., & Suarez, J. A. (2021). A Review of leishmaniasis: current knowledge and future directions. Current tropical medicine reports.

Ribeiro, R. R., Michalick, M., da Silva, M. E., Dos Santos, C., Frézard, F., & da Silva, S. M. (2018). Canine Leishmaniasis: An Overview of the Current Status and Strategies for Control. BioMed research international.

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Entenda o que é o câncer de tireoide e como realizar o diagnóstico

O câncer de tireoide é uma doença que afeta a glândula tireoide e representa um crescente problema de saúde mundial. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer da tireoide é o mais comum da região da cabeça e pescoço e afeta três vezes mais as mulheres brasileiras do que os homens.

O câncer de tireoide pode afetar indivíduos de todas as idades, mas é mais comum em pessoas com idade entre 30 e 50 anos. Os fatores de risco incluem histórico familiar da doença, certas síndromes genéticas, deficiência de iodo e exposição à radiação.

Embora o aumento da prevalência da doença possa ser atribuído, em parte, a melhorias na detecção e diagnóstico, a incidência real do câncer de tireoide também está aumentando. Isso pode ser devido a fatores como mudanças nos hábitos alimentares, exposição a produtos químicos e fatores ambientais ainda desconhecidos.

Portanto, é fundamental investir em estratégias de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado. A conscientização pública, a pesquisa contínua e a colaboração entre profissionais e autoridades de saúde são essenciais para combater efetivamente o câncer de tireoide e reduzir seu impacto na saúde pública global.

Nesse conteúdo, traremos informações importantes sobre a doença, seus principais sintomas, formas de diagnóstico e tratamento.

O que é câncer de tireoide?

O câncer de tireoide é caracterizado pelo crescimento desordenado de células malignas na tireoide, uma glândula em forma de borboleta localizada na parte anterior do pescoço.

A tireoide é responsável pela produção e liberação dos hormônios T4 (tiroxina) e T3 (triiodotironina), que desempenham funções vitais no organismo, como a regulação do metabolismo basal, controle do ritmo cardíaco, desenvolvimento do sistema nervoso central, entre outras.

Existem diferentes tipos de câncer de tireoide, como o carcinoma papilífero, folicular, medular e anaplásico. O carcinoma papilífero é o mais frequente e apresenta crescimento lento, respondendo bem aos tratamentos.

O carcinoma folicular é o segundo mais frequente, principalmente em pessoas acima dos 50 anos. É um câncer que pode se espalhar para outras partes do corpo, principalmente pulmões e ossos.

O carcinoma medular afeta em torno de 5% dos casos e tende a ser mais agressivo, possuindo origem nas células C da tireoide (produzem o hormônio calcitonina) e possui relação com a hereditariedade. Por fim, o carcinoma anaplásico é o mais raro e o mais perigoso de todos, com rápida progressão e difícil tratamento.

Quais os sintomas da doença?

No início, o câncer de tireoide pode não apresentar sintomas evidentes, mas à medida que progride, podem surgir nódulos palpáveis no pescoço. É importante ressaltar que a presença de nódulos não é garantia de câncer, sendo necessário realizar exames adicionais para confirmar o diagnóstico.

Sintomas como rouquidão, dificuldade ao engolir, inchaço em gânglios linfáticos do pescoço, dor na região do pescoço ou garganta, tosse persistente e sensação de compressão na traqueia podem indicar a presença de câncer de tireoide em estágio avançado.

Quais os principais fatores de risco?

As causas exatas do câncer de tireoide ainda não são totalmente compreendidas, e em muitos casos, a origem da doença permanece desconhecida. No entanto, existem fatores de risco conhecidos que estão associados ao desenvolvimento do câncer de tireoide.

Conforme já mencionado, as mulheres têm maior probabilidade de desenvolver câncer de tireoide do que os homens. Além disso, a doença é mais comum em pessoas com idade entre 30 e 50 anos.

Outro fator de risco é a genética. Ter parentes de primeiro grau, como pais ou irmãos, com câncer de tireoide aumenta o risco da doença. Algumas condições genéticas hereditárias, como a síndrome de Gardner ou a síndrome de Cowden, também estão associadas a uma maior chance para o câncer de tireoide.

A deficiência crônica de iodo na dieta também pode contribuir para o desenvolvimento de câncer de tireoide, assim como a exposição à radiação ionizante, especialmente durante a infância.

Por fim, alguns estudos sugerem que a obesidade pode estar associada a um risco aumentado de câncer de tireoide, embora a relação não esteja totalmente esclarecida.

É importante ressaltar que ter um ou mais fatores de risco não significa necessariamente que alguém desenvolverá câncer de tireoide. Da mesma forma, algumas pessoas podem desenvolver a doença sem ter nenhum fator de risco conhecido.

Como é realizado o diagnóstico?

O diagnóstico do câncer de tireoide envolve exames clínicos, como palpação do pescoço em busca de nódulos, avaliação do histórico do paciente e familiar, e exames complementares, como ultrassonografia, cintilografia e ressonância magnética.

A confirmação é feita por meio de biópsia, utilizando a aspiração com agulha fina para análise histopatológica das células do tumor. A partir do material coletado, é possível realizar a análise em busca de alterações nas células que possam indicar malignidade.

Câncer de tireoide tem cura?

Sim, o câncer de tireoide tem grandes chances de cura, especialmente quando diagnosticado precocemente. O tratamento envolve a remoção total ou parcial da tireoide, podendo ser necessário também a retirada de gânglios linfáticos afetados a depender do quadro clínico e agressividade da doença.

A reposição hormonal é essencial para substituir os hormônios que a tireoide não produz mais. Em casos mais agressivos, a radioterapia e quimioterapia podem ser indicadas como terapia adjiuvante. O acompanhamento médico regular é fundamental também para detectar possíveis recidivas.

O câncer de tireoide é uma doença que requer atenção e conhecimento. A detecção precoce e o tratamento adequado aumentam significativamente as chances de cura.

Portanto, mantenha uma rotina de vida equilibrada, evite fatores de risco conhecidos e faça check-ups médicos regularmente para prevenir e detectar precocemente qualquer alteração na tireoide que possa ser indicativa de câncer.

O Célula Laboratório Médico assume o compromisso de trazer informações relevantes, atualizadas e de fontes confiáveis para que você se mantenha sempre bem informado e mantenha a sua saúde em dia.

Somos responsáveis pela prevenção e o diagnóstico de doenças, a partir de exames anátomos patológicos e citopatológicos. Pautamos nossos serviços sempre pela qualidade, confiabilidade e pelo atendimento personalizado e humanizado, levando para pacientes e médicos parceiros, diagnósticos precisos e especializados.

Referências:

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Nguyen QT, Lee EJ, Huang MG, Park YI, Khullar A, Plodkowski RA. Diagnosis and treatment of patients with thyroid cancer. Am Health Drug Benefits. 2015 Feb;8(1):30-40.

Responsável Técnico Médico

Dr. Marcos Michel Gromowski – Médico Patologista

CRM/MT 4934 RQE 13657