Câncer de pele é o mais incidente no mundo

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ano de 2020 testemunhou cerca de 1 milhão e meio de diagnósticos de câncer de pele, incluindo 325 mil casos de melanoma, a variante de maior gravidade. Estudos indicam que o melanoma tem apresentado um aumento de incidência mais significativo do que qualquer outro tipo de câncer nas últimas três décadas.

No contexto brasileiro, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta o câncer de pele como o mais prevalente no País, respondendo por aproximadamente 30% de todos os tumores malignos. Estimativas do órgão sugerem uma média anual de 180 mil novos casos de câncer de pele não melanoma, além de mais de 8 mil casos de melanoma.

Ao longo deste conteúdo, abordaremos informações essenciais para a compreensão do câncer de pele, desde sua definição até os tipos, causas e sintomas, além de explorar métodos de diagnóstico e estratégias de prevenção.

O que é o câncer de pele?

O câncer de pele é uma condição resultante de alterações no DNA das células da pele, desencadeando um crescimento desordenado e excessivo. Esse processo leva à perda de função e à formação de um tumor maligno.

Tipos de câncer de pele

Existem dois tipos predominantes de câncer de pele: o não melanoma e o melanoma.

O não melanoma é a forma mais comum, caracterizada por sua menor agressividade e elevada taxa de recuperação. Entretanto, se não for tratado adequadamente, pode resultar em sequelas na área afetada. Este tipo pode ser subdividido em dois subtipos predominantes: carcinoma basocelular, prevalente em células da camada mais profunda da epiderme, e carcinoma espinocelular, originado de células escamosas nas camadas superficiais da pele. Ambos geralmente se manifestam em áreas expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas.

O melanoma, embora menos comum, possui o pior prognóstico e a maior taxa de mortalidade quando diagnosticado em estágios avançados. Considerado o mais grave, devido à sua propensão a gerar metástases, o melanoma tem origem nos melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina, que determina a coloração da pele. Pode surgir em qualquer parte do corpo, apresentando-se sob a forma de manchas, pintas ou sinais. Apesar do impacto assustador que o diagnóstico de melanoma pode ter nos pacientes, é importante ressaltar que as chances de cura são significativas quando identificado precocemente.

As principais causas do câncer de pele

Um dos fatores determinantes para o desenvolvimento do câncer de pele é a exposição excessiva à luz solar. Os raios ultravioleta (UV) presentes na luz solar podem causar danos ao DNA das células da pele quando a exposição é prolongada e desprotegida. Pessoas de pele clara, albinas, com olhos claros ou propensas a queimaduras têm maior suscetibilidade ao desenvolvimento da doença, especialmente do melanoma.

O câncer não melanoma é mais prevalente em indivíduos com mais de 40 anos e menos comum em crianças e pessoas de pele escura. Entretanto, estudos epidemiológicos indicam que a exposição solar excessiva durante a infância e adolescência pode contribuir para um aumento na incidência de câncer de pele em pacientes cada vez mais jovens, reforçando a importância das medidas preventivas.

Os fatores genéticos e o histórico familiar desempenham um papel importante no desenvolvimento da doença, especialmente no caso do melanoma. Aqueles com familiares de primeiro grau diagnosticados com melanoma devem realizar exames preventivos regularmente. A presença de mutações genéticas, especialmente nos genes BRAF e NRAS, também está associada ao desenvolvimento da doença.

Outro ponto relevante é a exposição a câmaras de bronzeamento artificial. Há um amplo conjunto de evidências científicas que destaca os potenciais danos decorrentes do uso desse tipo de equipamento para a pele. Atualmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a utilização desses dispositivos no Brasil.

Como diagnosticar o câncer de pele?

O diagnóstico é conduzido pelo dermatologista, fundamentado na avaliação clínica das manchas e lesões, além do histórico do paciente. Durante esse exame, o médico analisará diversas características da lesão suspeita, seguindo os critérios da Regra do ABCDE, uma ferramenta útil para realizar uma triagem de manchas ou lesões suspeitas e pode ser aplicada em casa pelo próprio paciente (autoexame).

Assimetria: lesões ou manchas com assimetria podem indicar malignidade, enquanto as simétricas geralmente são benignas;

Bordas: a presença de bordas irregulares também pode indicar malignidade;

Cor: manchas com mais de uma cor podem sugerir malignidade;

Dimensão: lesões com tamanho superior a 6 milímetros podem indicar provável malignidade;

Evolução: se a mancha ou lesão crescer e mudar de cor, há indício de malignidade.

No entanto, é crucial salientar que apenas um profissional qualificado conseguirá identificar e classificar as lesões como potencialmente cancerosas ou não. Portanto, caso observe o surgimento de manchas ou lesões características, busque a orientação de um profissional de saúde para uma avaliação mais minuciosa.

Exames complementares são essenciais para alcançar o diagnóstico final. Geralmente, recomenda-se a realização de biópsia para análise anatomopatológica. Somente por meio desse procedimento será possível determinar com precisão se a lesão ou mancha é cancerosa.

Após a confirmação do diagnóstico e dependendo do tipo e estágio da doença, exames moleculares também podem ser conduzidos para detectar mutações genéticas. A identificação de mutações em genes, como o BRAF, desempenha um papel crucial no diagnóstico do melanoma, orientando os especialistas quanto ao prognóstico do paciente e à escolha do tratamento mais eficaz.

Assim como em outros tipos de câncer, a detecção precoce aumenta as chances de sucesso no tratamento do câncer de pele, evitando complicações. Quando negligenciado, o câncer não melanoma pode avançar, resultando em lesões desfigurantes em áreas expostas, gerando sofrimento aos pacientes.

Qual a prevenção para o câncer de pele?

A principal forma de prevenção contra o câncer de pele é proteger-se da exposição solar. A radiação ultravioleta (UV) compreende dois tipos: UVA e UVB. Os raios UVB atingem camadas superficiais da pele e causam queimaduras, enquanto os raios UVA atingem camadas mais profundas sem provocar queimaduras, mas são mais perigosos devido ao potencial cancerígeno e ao envelhecimento precoce da pele. Os raios UVA estão presentes ao longo do dia, enquanto os UVB intensificam-se entre as 10h e 16h.

Portanto, é aconselhável usar filtros solares que protejam contra ambos os raios (UVA e UVB), com fator acima de 30, mesmo em dias nublados. Evitar a exposição solar durante os horários de pico e reaplicar o protetor a cada 3 horas, dependendo da atividade, são medidas recomendadas. O uso de acessórios como chapéus, óculos de sol e guarda-sóis também são boas práticas para proteção.

Esteja atento aos sinais do seu corpo. Se notar o surgimento de manchas suspeitas ou lesões persistentes, consulte um dermatologista para avaliação detalhada. O Célula Laboratório Médico assume o compromisso de trazer informações relevantes, atualizadas e de fontes confiáveis para que você se mantenha sempre bem informado e com a sua saúde em dia.

Somos responsáveis pela prevenção e o diagnóstico de doenças, a partir de exames anátomos patológicos e citopatológicos. Pautamos nossos serviços sempre pela qualidade, confiabilidade e pelo atendimento personalizado e humanizado, levando para pacientes e médicos parceiros diagnósticos precisos e especializados.

Referências

Biblioteca Virtual em Saúde. Câncer de pele. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/cancer-de-pele/. Acesso em: 27/11/2023.

Sociedade Brasileira de Dermatologia. Câncer de pele. Disponível em: https://www.sbd.org.br/doencas/cancer-da-pele/. Acesso em: 27/11/2023.

Responsável Técnico Médico

Dr. Marcos Michel Gromowski – Médico Patologista

CRM/MT 4934 RQE 13657

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