Importância do médico patologista no diagnóstico do câncer de pele

Em 2020, a OMS registrou 1,5 milhão de diagnósticos de câncer de pele, incluindo 325 mil casos de melanoma, com aumento expressivo ao longo de três décadas, conforme indicam pesquisas. No Brasil, o INCA aponta o câncer de pele como o mais prevalente, correspondendo a cerca de 30% de todos os tumores malignos, com uma média anual de 180 mil novos casos de câncer de pele não melanoma e mais de 8 mil casos de melanoma.

A pele é o maior órgão do corpo humano, sendo uma barreira protetora que muitas vezes pode sofrer com danos externos e agressivos. Uma das fontes de agressão à pele é a exposição extrema ao sol, podendo resultar em doenças como o câncer de pele. A detecção precoce desempenha um papel fundamental no sucesso e na eficácia do tratamento. Quem conduz esse tipo de diagnóstico é o médico patologista.

A importância da biópsia na detecção precoce

A biópsia é uma forte aliada do patologista na detecção precoce do câncer de pele. Essa técnica envolve a remoção de uma pequena quantidade de tecido, preservando a lesão para uma análise detalhada. Dependendo da localização, pode ser realizada por raspagem, punção, incisão ou excisão completa do tumor.

A espessura potencial do tumor e suas margens são examinadas cuidadosamente. O material removido é submetido ao exame anatomopatológico, fornecendo informações essenciais para o diagnóstico e prognóstico. A detecção precoce, realizada por uma junção de exames clínicos, histopatológicos ou radiológicos, é essencial para o tratamento do câncer de pele.

O exame anatomopatológico

Para identificar possíveis tumores, o médico patologista recorre, geralmente, ao exame anatomopatológico, uma de suas principais ferramentas. Esse procedimento minucioso é solicitado por médicos generalistas e especialistas quando confrontados com sintomas ou lesões cutâneas suspeitas.

O processo começa com a coleta de material, muitas vezes via biópsia. Os fragmentos são imersos em formol para conservação e passam por um processo de preparação de amostra para serem analisados no laboratório. Esse material é dividido em pequenos cortes e alocados em lâminas de vidro, banhados por corantes para serem analisados pelo médico patologista sob o microscópio.

Essa análise profunda permite identificar tecidos normais e anomalias, como tumores ou infecções. Em alguns casos, estudos imuno-histoquímicos podem ser realizados para identificar proteínas específicas, fornecendo uma visão ainda mais precisa. Após a confirmação do diagnóstico e dependendo do tipo e estágio da doença, exames moleculares também podem ser conduzidos para detectar mutações genéticas. A identificação de mutações em genes, como o BRAF, desempenha um papel crucial no diagnóstico do melanoma, por exemplo, orientando os especialistas quanto ao prognóstico do paciente e à escolha do tratamento mais eficaz.

Assim como em outros tipos de câncer, a detecção precoce aumenta as chances de sucesso no tratamento do câncer de pele, evitando complicações. Quando negligenciado, o câncer pode avançar, resultando em lesões desfigurantes em áreas expostas, gerando sofrimento aos pacientes.

O papel integrador do médico patologista

Ao final do processo, somente o médico patologista é capaz de integrar dados clínicos, cirúrgicos, morfológicos e moleculares. Essa habilidade resulta no laudo anatomopatológico essencial na prática médica na luta contra os tipos de câncer. Esse relatório não apenas identifica as causas da doença, mas também orienta médicos de diversas especialidades sobre o tratamento mais adequado.

O avanço da tecnologia trouxe novas dimensões ao diagnóstico. Além do exame anatomopatológico, técnicas moleculares como sequenciamento gênico e proteômica aprimoram a compreensão dos tumores. A pesquisa de variantes genéticas, associadas ao desenvolvimento de cânceres específicos, torna-se cada vez mais comum, oferecendo uma ferramenta valiosa para diagnóstico e tomada de decisões no tratamento. A detecção precoce, aliada a técnicas avançadas, é nossa melhor defesa contra o câncer de pele e outros tipos de tumores.

Sinais na pele: alertas preciosos

A observação atenta de alterações na pele é crucial. O câncer de pele não melanoma, frequentemente encontrado em áreas expostas ao sol, como rosto e orelhas, pode se manifestar por manchas que coçam, ardem, descamam ou sangram, além de feridas persistentes. Já o melanoma, mais agressivo, pode surgir de lesões pigmentadas existentes, apresentando alterações na cor, forma e tamanho.

É importante ressaltar que nem toda alteração na pele indica câncer, mas qualquer mudança persistente deve ser avaliada por um médico especialista. O diagnóstico preciso das características do câncer é fundamental para o início de um tratamento adequado. Caso apresente sintomas do câncer de pele como manchas, pintas ou lesões na pele, e tenha histórico familiar da doença, procure um médico dermatologista para tirar suas dúvidas e prosseguir com os exames patológicos caso necessário.

O Célula Laboratório Médico assume o compromisso de trazer informações relevantes, atualizadas e de fontes confiáveis para que você esteja sempre bem informado e mantenha a sua saúde em dia.

Somos responsáveis pela prevenção e o diagnóstico de doenças, a partir de exames anátomos patológicos e citopatológicos. Pautamos nossos serviços pela qualidade, confiabilidade e pelo atendimento personalizado e humanizado, levando para pacientes e médicos parceiros, diagnósticos precisos e especializados.

Referências

Sociedade Brasileira de Patologia. Da biópsia ao diagnóstico: como é realizado o trabalho do patologista. Disponível em: https://www.sbp.org.br/da-biopsia-ao-diagnostico-como-e-realizado-o-trabalho-do-patologista/. Acesso em: 20/12/2023.

Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica. Como é feito o diagnóstico do câncer de pele? Disponível em: https://sbco.org.br/como-e-feito-o-diagnostico-do-cancer-de-pele/. Acesso em: 20/12/2023.

Responsável Técnico Médico

Dr. Marcos Michel Gromowski – Médico Patologista

CRM/MT 4934 RQE 13657

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