Leishmaniose: conheça a doença, seus sintomas e como se prevenir

A leishmaniose é uma doença negligenciada que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente em regiões tropicais e subtropicais. Causada por protozoários do gênero Leishmania, essa enfermidade pode se manifestar de diversas formas, desde lesões cutâneas simples até formas graves que podem afetar órgãos internos.

Presente em quase 80 nações, conforme relatório da Organização Mundial da Saúde, a leishmaniose visceral tem mais da metade dos casos agrupados em quatro países específicos: Sudão, Quênia, Brasil e Índia. No contexto latino-americano, o Brasil responde por aproximadamente 90% dos casos. Se não adequadamente tratada, a doença pode resultar em óbito. Portanto, o primeiro passo é realizar o diagnóstico precoce para que o manejo da doença seja realizado de maneira eficiente.

No Brasil, é observada uma média de aproximadamente 21 mil casos por ano, com uma taxa de incidência média de 8,6 casos a cada 100 mil habitantes nos últimos cinco anos. A região Norte registra o coeficiente mais elevado, com 46,4 casos por 100 mil habitantes, seguida pelas regiões Centro-Oeste, com 17,2 casos por 100 mil habitantes, e Nordeste, com 8 casos por 100 mil habitantes.

Neste artigo, exploraremos detalhadamente o que é a leishmaniose, suas causas, sintomas, métodos de transmissão, diagnóstico, tratamento e medidas de prevenção.

O que é leishmaniose?

A leishmaniose é uma doença parasitária causada por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania, transmitidos pela picada de insetos vetores conhecidos como flebotomíneos, também chamados de mosquito-palha, birigui ou tatuquira, dependendo da região.

Existem diversas formas de leishmaniose, sendo as mais comuns a leishmaniose cutânea e a leishmaniose visceral.

  • Leishmaniose cutânea ou tegumentar: esta forma da doença é caracterizada por feridas na pele que podem começar como pequenas pápulas ou úlceras e depois crescer para formar feridas abertas. As feridas podem durar semanas ou meses e, se não forem tratadas, podem causar cicatrizes permanentes.
  • Leishmaniose visceral: também conhecida como calazar, é a forma mais grave da doença. Afeta os órgãos internos, como o fígado, baço e medula óssea. Os sintomas incluem febre prolongada, fraqueza, perda de peso, inchaço do baço e do fígado, entre outros. Se não tratada, pode ser fatal.

Como a leishmaniose é transmitida?

Sua transmissão aos seres humanos ocorre pela picada de insetos fêmeas infectadas do gênero Lutzomyia e Phlebotomus, conhecidos como flebotomíneos. Quando o inseto se alimenta do sangue de um hospedeiro infectado, ele pode adquirir o parasita, que se multiplica em seu intestino e pode ser transmitido a outros hospedeiros vertebrados, incluindo humanos, cachorros e gatos. Esses insetos são mais ativos durante a noite, aumentando o risco de transmissão em áreas onde as pessoas têm contato frequente com eles, como regiões rurais ou áreas com pouca infraestrutura sanitária.

Quais os sintomas da leishmaniose?

Os sintomas da leishmaniose variam dependendo da forma da doença e conforme as particularidades do paciente. Na leishmaniose visceral, os principais sinais incluem febre prolongada, fraqueza, perda de peso, inchaço do baço e do fígado e problemas gastrointestinais. Em estágios avançados, podem ocorrer complicações graves como sangramento e insuficiência de órgãos.

Por outro lado, na leishmaniose cutânea, são observadas lesões na pele que começam como pequenas pápulas ou úlceras, podendo persistir por semanas ou meses, acompanhadas de dor, coceira e, em casos raros, disseminação para as mucosas, causando danos mais sérios. É importante estar ciente de que os sintomas podem variar em gravidade e que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para lidar com essa doença.

Como é realizado o diagnóstico da leishmaniose?

O diagnóstico da leishmaniose é realizado por meio de uma série de métodos clínicos, laboratoriais e epidemiológicos. O médico avalia inicialmente os sintomas apresentados pelo paciente, como febre prolongada, lesões na pele e inchaço do baço e fígado, podendo suspeitar da doença. Em seguida, são realizados testes patológicos, como exame de raspado de lesão cutânea para casos de leishmaniose cutânea, ou aspirado de medula óssea, através da punção por agulha fina (PAF), para leishmaniose visceral, visando identificar os parasitas.

Testes sorológicos também são empregados para detectar anticorpos no sangue. Exames de imagem, como ultrassonografia e tomografia, ajudam a avaliar danos em órgãos internos na leishmaniose visceral, mas são os testes patológicos que podem confirmar ou não a doença.

A história epidemiológica do paciente, incluindo viagens para áreas endêmicas e exposição a vetores, também é considerada no diagnóstico. Devido à complexidade das apresentações clínicas e à necessidade de técnicas laboratoriais específicas, o diagnóstico muitas vezes é conduzido por profissionais especializados na doença.

Quais os tratamentos disponíveis e como se prevenir da leishmaniose?

Existem tratamentos específicos para a leishmaniose, bem como medidas preventivas que podem reduzir o risco de contrair a doença.

O tratamento inclui comumente o uso de medicamentos antiparasitários, sendo que a duração varia conforme a gravidade da doença e a resposta do paciente, podendo exigir várias semanas e até meses, inclusive internações hospitalares em casos graves. Para a leishmaniose cutânea, em alguns casos, procedimentos como crioterapia e eletroterapia podem ser realizados para retirar o tecido infectado.

Quanto à prevenção, é importante evitar picadas de insetos utilizando repelentes, vestindo roupas que cubram a maioria do corpo e dormindo em áreas protegidas por telas, mosquiteiros ou tratados com inseticida. Além disso, o controle de vetores e a proteção domiciliar são fundamentais, incluindo a eliminação de criadouros de mosquitos.

Em áreas onde a leishmaniose é endêmica, é preciso estar ciente dos riscos e adotar medidas preventivas, mesmo durante atividades ao ar livre. No entanto, é importante lembrar que essas medidas podem reduzir, mas não eliminar o risco de contrair a doença. Caso surjam sintomas, é importante estar atento e procurar assistência médica ao primeiro sinal de infecção.

O Célula Laboratório Médico assume o compromisso de trazer informações relevantes, atualizadas e de fontes confiáveis para que você se mantenha sempre bem informado e com a sua saúde em dia.

Somos responsáveis pela prevenção e o diagnóstico de doenças, a partir de exames anátomos patológicos e citopatológicos. Pautamos nossos serviços pela qualidade, confiabilidade e pelo atendimento personalizado e humanizado, levando para pacientes e médicos parceiros diagnósticos precisos e especializados.

Referências

Fundação Oswaldo Cruz. Leishmaniose. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/doenca/leishmaniose. Acesso em: 26/03/2024.

Ministério da Saúde. Distribuição da Leishmaniose Tegumentar. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/l/lt/situacao-epidemiologica. Acesso em: 26/03/2024.

Agência Brasil. Crescimento de casos de leishmaniose preocupa especialistas. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/saude/audio/2023-07/crescimento-de-casos-de-leishmaniose-preocupa-especialistas. Acesso em: 26/03/2024.

Responsável Técnico Médico

Dr. Marcos Michel Gromowski – Médico Patologista

CRM/MT 4934 RQE 13657

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