Nobel de Medicina ou Fisiologia vai para imunoterapia contra o câncer

​O Prêmio Nobel de Medicina ou Fisiologia de 2018 foi anunciado nesta segunda (1) para o americano James P. Allison e o japonês Tasuku Honjo pelas descobertas ligadas ao combate do câncer com drogas que “bombam” a função do sistema imunológico, a chamada imunoterapia.

A estratégia pode ser traduzida como remover o “disfarce” do tumor para que o próprio organismo lute contra a doença.

A descoberta, de acordo com o Comitê do Nobel do Instituto Karolinska, na Suécia, formou um quarto pilar no tratamento contra o câncer , junto com quimioterapia, cirurgia e radioterapia. Médicos e biologistas já há alguns anos esperavam que a área fosse premiada.

Os ganhadores do Nobel de medicina, Tasuku Honjo, (esq.), e James P. Allison (à dir.) – Reuters

A pesquisa teve grande desenvolvimento nas últimas décadas e aumentou a efetividade de tratamentos contra vários tipos de câncer, como melanoma, câncer de pulmão e câncer de rim, que não respondiam bem às drogas que existiam antes e diminuindo drasticamente a taxa de mortalidade para alguns tipos.

Pioneiro na área, o imunologista americano James P. Allison, , do MD Anderson Cancer Center da Universidade do Texas, teve a ideia de tentar soltar o “freio” do sistema imunológico conhecido como CTLA-4, um receptor presente na célula T (ou linfócito T), responsável por reconhecer as células que não são normais no organismo, como as células cancerosas.

A estratégia para conseguir isso envolveu a criação de um anticorpo que se liga no tal “freio molecular”, impedindo que ele seja ativado. Com isso, Allison curou camundongos que tinham melanoma. O anticorpo ipilimumabe (comercializado como Yervoy, da Bristol-Myers Squibb) age da mesma forma em humanos.

Medalha que é entregue ao ganhador do Prêmio Nobel – Fernando Vergara / AP

Segundo Fernando Maluf, oncologista da BP (antiga Beneficência Portuguesa), o tumor provoca uma espécie de paralisia no sistema imunológico, especialmente nos linfócitos T. “O que essas drogas fazem é desparalisar o sistema imunológico, permitindo que o linfócito ataque o tumor de forma muito mais eficaz.”

Outro freio molecular cuja inibição pode gerar efeitos ainda mais dramáticos, de acordo com o comitê do Nobel, é o PD-1. Fruto da pesquisa liderada pelo médico e imunologista Tasuku Honjo, da Universidade de Kyoto, o bloqueio do PD-1 também abriu uma avenida de possibilidades, com possivelmente menos efeitos colaterais do que a terapia anti-CTLA-4.

“Quando pacientes que se recuperam do câncer me agradecem, sinto verdadeiramente o significado de nossa pesquisa”, disse Honjo durante uma coletiva de imprensa, de acordo com a imprensa japonesa. “Eu gostaria de continuar pesquisando sobre o câncer por um tempo, para que essa imunoterapia possa ajudar a salvar mais pacientes com câncer do que nunca”.

Em uma entrevista por telefone ao jornal The New York Times, Allison disse que, quando os inibidores de ponto de verificação funcionam, os pacientes “ficarão bem por uma década ou mais”. Ele disse estar trabalhando com outros pesquisadores, incluindo sua esposa, a oncologista Padmanee Sharma, do MD Anderson, a fim de compreender mecanismos de modo que os tratamentos possam ajudar mais pacientes.

“É um grande desafio, mas nós sabemos as regras básicas agora. É apenas uma questão dedicação para juntar as peças do quebra-cabeça com base na ciência”, disse Alisson.

 

Entre as drogas hoje comercializadas que agem no funcionamento do sistema do PD-1 estão o nivolumabe (Opdivo, também da Bristol-Myrers Squibb) e o pembrolizumabe (Keytruda, da MSD). Ambas foram aprovadas em 2014. Há ainda outras drogas já lançadas com o mesmo princípio e várias estão em desenvolvimento.

Uma consequência natural do desenvolvimento dessas pesquisas foi tentativa de combinação das duas terapias, o que gerou uma resposta ainda melhor do que aquelas obtidas individualmente, reduzindo a mortalidade.

Cada vez mais tipos de câncer são tratados com a imunoterapia. “São tantos os exemplos que já desisti de anotar”, brinca Antonio Carlos Buzaid, oncologista do hospital Albert Einstein e da BP.

“A esperança é que os medicamentos já gerados baseados nessas descobertas venham a ser usados em um número cada vez maior de pacientes com câncer, trazendo a esperança de cura para muitos deles”, diz o oncologista Gilberto Lopes, professor do Sylvester Comprehensive Cancer Center, da Universidade de Miami (EUA) e editor-chefe do periódico Journal of Global Oncology.

“O prêmio é muito merecido porque essa estratégia de tratamento não só aumenta a sobrevida, mas também busca atingir a cura do câncer, o que é muito mais ambicioso. O entendimento de como funciona o sistema imune em relação ao tumor, que apresenta mecanismos de evasão semelhante ao de células saudáveis, foi importantíssimo”, afirma Buzaid.

“Agora é preciso investigar o maior número possível de mecanismos semelhantes a esses, para entender, por exemplo, por que o câncer de pâncreas não responde tão bem à imunoterapia como o melanoma e os cânceres de pulmão e bexiga, por exemplo”, diz.

“Não podemos, porém, dar a impressão de que esses tratamentos são para todos os pacientes com câncer. Existe uma grande variabilidade na porcentagem daqueles que podem se beneficiar, de acordo com o tipo da doença. Enquanto no caso do melanoma a proporção de beneficiados é muito alta, no câncer de intestino ela fica em cerca de 5%”, explica Paulo Hoff, diretor do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) e presidente do Grupo Oncologia D’Or, da Rede D’Or.

Mas, segundo Hoff, existe uma explicação para o otimismo e que justifica o prêmio. “As descobertas são uma validação daquilo que se persegue desde o século 19, que é fazer o próprio corpo lutar contra o tumor. Foi criado um novo eixo de pesquisa. Muitas outras moléculas serão alvo de estudos no futuro”, diz.

A única pessoa nascida no Brasil que recebeu um Nobel foi o britânico Peter Medawar, pela descoberta das bases da tolerância imunológica adquirida, ou seja, a capacidade de fazer o sistema imunológico de um organismo não reagir a certos fatores.

No ano passado, levaram o Nobel cientistas pioneiros nos estudos dos mecanismos moleculares por trás do ritmo circadiano —ou relógio biológico— que funciona dentro das células. Foram agraciados os americanos Jeffrey C. Hall, Michael Rosbash e Michael W Young.

A escolha do vencedor do mais importante prêmio da área é realizada por um grupo de 50 pesquisadores ligados ao Instituto Karolinska, na Suécia, escolhido por Alfred Nobel em seu testamento para eleger aquele que tenha feito notáveis contribuições ao futuro da humanidade para receber a láurea.

O prazo para o comitê receber as indicações foi dia 31 de janeiro. Podem indicar nomes os membros do Comitê do Nobel do Instituto Karolinska, biologistas e médicos ligados à Academia Real Sueca de Ciências, vencedores dos prêmios de Fisiologia ou Medicina ou de Química, professores titulares de medicina de instituições suecas, norueguesas, finlandesas, islandesas ou dinamarquesas e acadêmicos e cientistas selecionados pelo comitê do Nobel. Autoindicações são desconsideradas.

A cerimônia de premiação dos vencedores deste ano, porém, só ocorre em dezembro.

Entre as descobertas premiadas no passado estão as da estrutura do DNA por James Watson, Francis Crick e Maurice Wilkins (1962), a da penicilina por Fleming e outros (1945), a do ciclo do ácido cítrico por Hans Krebs (1953) e a da estrutura do sistema nervoso por Camillo Golgi e Santiago Ramón y Cajal (1906).

Outras descobertas notáveis premiadas pelo Nobel de Medicina ou Fisiologia são a da insulina (1932), da relação entre HPV e câncer (2008), a da fertilização in vitro (2010), a de que existem grupos sanguíneos (1930) e a de como agem os hormônios (1971).

Os vencedores dividirão o prêmio de 9 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 4,1 milhões). O dinheiro vem de um fundo de quase 4,5 bilhões de coroas suecas (em valores atuais) deixado pelo patrono do prêmio, Alfred Nobel (1833-1896), inventor da dinamite. Os prêmios são distribuídos desde 1901. Além do valor em dinheiro, o laureado recebe uma medalha e um diploma.

Nesta terça (2) e na quarta (3) serão anunciados, respectivamente, os prêmios nas áreas de física e de química. Os dois são distribuídos pela Academia Real Sueca de Ciências.

O Nobel da Paz, dado por um comitê escolhido pelo Parlamento Norueguês será anunciado na sexta (5); o Prêmio de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, apelidado como Nobel de Economia, será anunciado na próxima segunda (8) e também fica a cargo da Academia Real Sueca de Ciências.

Quanto ao prêmio de literatura de 2018, após uma série de denúncias e escândalos, a Academia Sueca anunciou que a entrega foi cancelada. A cerimônia de 2019 também corre o risco de ser cancelada.

Em novembro, o jornal Dagens Nyheter noticiou que pelo menos 18 mulheres acusavam Jean-Claude Arnault, uma importante figura no meio cultural sueco, de assédio e agressão sexual. Arnault é casado com a poeta Katarina Frostenson, que é membro da academia. E os dois dirigem juntos um clube cultural privado chamado Fórum, que recebia verbas da Academia.

O jornal noticiou que Arnault havia sido acusado em diversas instâncias de maus tratos a mulheres, no clube e em imóveis de propriedade da Academia, em Estocolmo e Paris, nos últimos 20 anos.

O jornal informou também que Arnault havia vazado informações sobre o ganhador do Nobel de Literatura sete vezes, desde 1996.

Nesta segunda (1º), a Justiça da Suécia condenou Jean- Claude Arnault a dois anos de prisão por estupro nesta segunda-feira (1º). Arnault era julgado por dois casos de estupro, mas foi condenado por apenas um. Ele está no centro de um escândalo de abuso sexual e crimes financeiros, cujas consequências respingaram na Academia Sueca, instituição responsável pelo Nobel de Literatura.

 

FONTE: https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2018/10/dupla-de-imunoterapeutas-recebe-nobel-de-medicina.shtml

Setembro Amarelo – Mês de Prevenção ao Suicídio

 

Setembro Amrelo

Setembro é o mês Mundial de Prevenção do Suicídio, conhecido também como Setembro Amarelo. E tem como objetivo direto alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção.

O suicídio é uma prática que normalmente é motivada pela depressão e que mesmo com tantos casos notórios, crescentes a cada ano, ainda existe uma expressiva barreira para falar sobre o problema.

Este assunto ainda enfrenta grandes dificuldades na identificação de sinais, oferta e busca por ajuda, justamente pelos preconceitos e falta de Informação.

Hoje em dia, o suicídio é um problema de saúde pública no Brasil e a sua ocorrência tem crescido entre os jovens. De acordo com os números oficiais, 32 brasileiros se matam por dia. Essa taxa é maior do que a de vítimas de AIDS e da maioria dos tipos de câncer.

Em 2017, aconteceram alguns fatores que colaboraram com a população a dar mais atenção ao tema. E este ano, em algumas cidades terão algumas atividades como caminhadas, palestras, pontos turísticos e edifícios públicos iluminados e atendimentos em locais públicos.

Portanto, seja solidário. Nós nunca sabemos o que cada pessoa enfrenta. Juntos somos mais fortes!

O que é Linfoma e seus sintomas

 

15 de Setembro, Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas

Em 15 de Setembro é celebrado o Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas. O Linfoma é um câncer (tumor maligno) e tem origem no sistema linfático que é responsável por proteger o organismo contra infecções e doenças. Este câncer é desenvolvido nas ínguas encontradas na axila, virilha, pescoço, intestino, estômago e pele.

Na maioria dos casos, a causa do linfoma não é conhecida e existem dois tipos: o Linfoma Hodgkin, pouco frequente e com mais chances de cura; e o Linfoma Não- Hodgkin, são mais graves ou difíceis de tratar. A principal diferença entre elas está nas características das células malignas, analisadas após a biópsia do tecido afetado.

Os principais sintomas são:

  • Ínguas inchadas, que provoca caroços no pescoço, perto da clavícula, na axila, no abdômen ou na virilha;
  • Coceira;
  • Febre;
  • Cansaço;
  • Mal-Estar;
  • Perda de peso e apetite;
  • Fadiga;
  • Falta de ar e tosse.

Em geral, o Linfoma é um câncer mais comum nos idosos, a partir dos 60 anos. O tratamento deve ser indicado por um hematologista ou um oncologista e pode envolver quimioterapia, medicamentos, radioterapia e, raramente, transplante de células-tronco.

 

Por AGP Comunicação

Agosto, mês dedicado à saúde do homem!

Agosto, mês do homem

Hábitos saudáveis e acompanhamento de saúde preventiva é o caminho para o envelhecimento com qualidade de vida. Os homens costumam dar menos atenção à saúde e realizam menos consultas médicas. Mas, apesar do índice de conscientização masculina ter aumentado ao longo dos últimos anos, muitos homens ainda deixam a saúde e os exames de rotina de lado. A falta de check- up faz com que muitas patologias sejam diagnosticadas tardiamente, prejudicando assim, no tratamento da doença.

Medidas que auxiliam na prevenção e tratamento de doenças para os homens:

– Alimentação balanceada: O consumo excessivo de alimentos ricos em sódio, conservantes, enlatados, embutidos, ultraprocessados e defumados em geral (por exemplo, salsichas) podem agregar malefícios ao organismo, que resulta em doenças como o câncer no sistema digestivo. Outro alimento prejudicial é o churrasco, pois a carne assada em churrasqueira tem exposição direta à fumaça devido à queima do carvão, com isso, essas partículas de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HAP) estão ligadas ao aumento da incidência de câncer em seres humanos. O ideal é consumir frutas, legumes e verduras, que são ricas em fibras e abarcam benefícios para a saúde;

– Tabagismo: Considerado a principal causa de morte que pode ser evitada em todo o mundo de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), é o principal agente para 90% dos casos de câncer no pulmão, responsável também por doenças cardiovasculares. É causada pelo excesso de nicotina no organismo. O tabaco é um dos componentes que pode gerar dependência psicológica e química;

– Consumo excessivo de bebida alcoólica: Com o aumento da concentração do álcool na corrente sanguínea, a função do cerebelo pode ficar comprometida e apontar sinais de deterioração ocasionando desequilíbrio, modificações na capacidade cognitiva que agravam a articulação da palavra, a coordenação motora e resultam em movimentos mais lentos, entre outros sintomas que conferem efeitos colaterais que agravam a saúde. Além disso, o consumo excessivo de bebida alcoólica também pode causar a cirrose.

– Atividade Física: A prática de exercícios favorece o bom funcionamento do organismo. Alguns estudos compravam que a atividade física, é uma importante aliada na prevenção do câncer;

– Filtro Solar: É fundamental o uso do filtro solar diariamente, pois os raios UVA e UVB, emitidos pelo Sol, são os principais responsáveis pelas modificações celulares que podem resultar no câncer de pele.

– Pratique sexo seguro: Os especialistas reiteram que o HPV (papiloma vírus humano) uma doença sexualmente transmissível, pode ser a principal responsável por determinados tipos de câncer como: vulva, pênis, colo de útero e orofaringe (garganta). A camisinha também colabora para a prevenção do vírus da hepatite B e da C, ambos podem acarretar no câncer de fígado.

– Faça anualmente o exame de sangue PSA e o toque retal: O câncer de próstata é o mais comum entre os homens e está entre as doenças que mais os matam. A patologia pode ser evitada (e o tratamento será menos invasivo) se o paciente realizar o check-up anual que inclui, também, coleta de sangue.

 

Ao sinal de qualquer anormalidade no seu organismo, procure um médico.

 

 

Por AGP Comunicação

5 de agosto – Dia do Médico Patologista

 

Professores, preceptores, investigadores, estudiosos, eternos curiosos! Todos estes papeis são assumidos diariamente por estes médicos, que através dos seus olhos, seja ao exame macroscópico e microscópico, ou indo além da visão, utilizando testes moleculares, são essenciais no diagnóstico definitivo das mais diversas doenças e na escolha do tratamento específico para cada paciente. Assim, ao fornecer informações precisas que determinam condutas distintas, Patologistas atuam como protagonistas da Medicina, estando no início, no meio e no fim de várias jornadas, contribuindo para inúmeras histórias de sucesso e bem estar dos pacientes. Hoje é o dia deles e a Sociedade Brasileira de Patologia preparou esta homenagem.

Julho Verde, campanha de prevenção do câncer de cabeça e pescoço

 

Campanha de prevenção do câncer de cabeça e pescoço

No dia 27 de julho é celebrado o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. São tumores localizados na cavidade oral, nasofaringe, glândula tireoide, esôfago cervical, orofaringe, hipofaringe, laringe, cavidade nasal, seios paranasais e glândulas salivares.

Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), anualmente são registrados no mundo, cerca de 23 mil novos casos da doença. Os tumores malignos de cabeça e pescoço correspondem a 3% de todos os tipos de câncer e é o quinto entre os homens no Brasil.

Principais fatores de risco:

  • Álcool: a probabilidade sobe para 25 vezes para quem consome álcool em relação às pessoas que não são expostas a essas substâncias;
  • Bebidas Quentes: Por agredir as células da mucosa, o consumo de bebidas ou comidas muito quentes torna-se um fator de risco secundário. O consumo diário e prolongado de bebidas tradicionalmente servidas em temperaturas altas (como o chimarrão, por exemplo) aumentam o risco de câncer de boca – assim como o câncer de esôfago.
  • Cigarro: pessoas que fumam há muito tempo têm riscos 20 vezes maiores de ter o câncer;
  • HPV: Infecções virais pelo vírus do papiloma humano (HPV). O HPV é um vírus transmitido principalmente pelas relações sexuais, podendo causar lesões na vagina, no pênis, no ânus, colo de útero, cavidade oral e orofaringe (esta envolve particularmente as amígdalas ou a base da língua). Em alguns casos, essa lesão pode estar presente também na pele, nas cordas vocais (laringe) e no esôfago. Estas lesões são associadas com o aparecimento do câncer nestas regiões.

 

Os sinais e sintomas podem ser causados por outros tipos de câncer ou por doenças menos graves e benignas. Mas quanto mais cedo for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, maiores as chances de cura. Veja abaixo os sintomas que você deve ficar atento para prevenir um câncer de boca ou garganta:

  • Ferida na boca sem cicatrização (sintoma mais comum);
  • Dor na boca que não passa (também muito comum, mas em fases mais tardias);
  • Nódulo persistente ou espessamento na bochecha;
  • Área avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, amígdala ou revestimento da boca;
  • Irritação, dor na garganta ou sensação de que alguma coisa está presa ou entalada na garganta;
  • Dificuldade ou dor para mastigar ou engolir;
  • Dificuldade ou dor para mover a mandíbula ou a língua;
  • Inchaço da mandíbula que faz com que a dentadura ou prótese perca o encaixe ou incomode;
  • Dentes que ficam frouxos ou moles na gengiva ou dor em torno dos dentes ou mandíbula;
  • Mudanças persistentes na voz ou respiração ruidosa;
  • Caroços no pescoço;
  • Perda de peso;
  • Mau hálito persistente.

  

Medidas preventivas:

  • Evite bebidas alcóolicas;
  • Não fume, nem utilize nargilé ou incenso;
  • Ao sentir algum desconforto ou sinal procure um médico especialista;
  • Faça visitas periódicas ao dentista;
  • Escove bem os dentes;
  • Use protetor solar;
  • Alimente-se de forma saudável.

 

Um dos principais problemas para o tratamento é o diagnóstico tardio, que ocorre em 60% dos casos, com impacto negativo na sobrevida do paciente. Apesar da alta incidência, a doença é pouco conhecida e divulgada, o que dificulta o diagnóstico precoce e a qualidade de vida dos pacientes.

 

Por AGP Comunicação

Prevenção nunca é demais!

Doença Sexualmente Transmissível (DST)

A doença sexualmente transmissível (DST) é uma doença que é passada de uma pessoa para outra pessoa ao ter relações sexuais. As DSTs afetam milhões de pessoas em todo o mundo e nenhum grupo está imune. Ter uma doença sexualmente transmissível aumenta o risco de contrair o vírus do HIV, o que pode levar à síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA/AIDS).

 

COMO SE CUIDAR?

 

  • Fazer o exame de Papanicolaou que também é obrigatório para quem iniciou a vida sexual, pois é prevenção e detecta alguma alteração no colo do útero;
  • Todos os adultos entre 13 e 64 anos devem fazer exame para SIDA pelo menos uma vez;
  • Exame anual para Clamídia e Gonorreia em todas as mulheres abaixo de 25 anos e nas mulheres acima desta idade que tenham múltiplos parceiros;
  • Exames para Sífilis e Hepatite B em todas as gestantes;
  • Exame anual para Sífilis, Clamídia, Sda e Gonorreia em todos os homens homossexuais e bissexuais;
  • As vacinas são muito seguras, efetivas e recomendadas para prevenir hepatite B e infecções pelo vírus HPV. Ambas devem ser aplicadas preferencialmente antes do início da atividade sexual, mas podem ser utilizadas depois;
  • O uso correto da camisinha é altamente efetivo na prevenção de DSTs. Ela deve ser usada no sexo vaginal, anal e oral. A camisinha é pouco efetiva na proteção contra herpes e HPV.

 

 

Por Lucianna Parreira

Jornalista e Social Media

Os perigos do câncer de colo do útero

O que é e os tratamentos para o câncer de colo do útero

O câncer de colo do útero é o terceiro mais freqüente em mulheres, atrás apenas do câncer de mama e do colorretal. Cerca de 33% das mulheres nunca ouviu falar sobre esta doença, ou seja, é um número preocupante, pois muitas das mortes causadas por este câncer estão relacionadas à ausência de informação e falta de acompanhamento periódico com o ginecologista (quanto mais cedo detectar esta doença, maiores as possibilidades de cura).

O câncer de colo do útero é um tumor maligno na parte inferior do útero, causado na maioria das vezes por uma infecção persistente por alguns tipos do papilomavírus humano – o HPV, doença sexualmente transmissível, e também por questão genética.

Existem outros fatores de risco para o surgimento da doença, como:

– Tabagismo;

– multiparidade (várias gravidezes);

– Obesidade;

– Alimentação inadequada;

– Início sexual precoce;

– Multiplicidade de parceiros sexuais;

– Imunossupressão;

– Uso de contraceptivos hormonais;

– Infecção por Chlamydia trachomatis.

 

Segundo o oncologista, Dálvaro Castro Junior, a doença é detectada durante as consultas regulares com um médico ginecologista. “O rastreamento do câncer de colo uterino detecta lesões pré-malignas e em estágio inicial, e, nesses casos, o tratamento diminui a incidência e a taxa de mortalidade. O principal método de rastreamento é o teste de papanicolaou (citologia oncótica). O exame clínico permite o diagnóstico das verrugas genitais. As lesões subclínicas podem ser diagnosticadas por meio de exames citopatológicos, histopatológicos e de biologia molecular ou pelo uso de instrumentos com poder de aumentar sua visualização após a aplicação de reagentes químicos para contraste”, acrescenta o oncologista.

 

EXAMES QUE DETECTAM O CÂNCER DO COLO DE ÚTERO

Papanicolaou

É o principal exame preventivo com objetivo de detectar células cancerosas no colo do útero. É realizado em todas as mulheres sexualmente ativas a partir do 6º mês após a primeira relação. A frequência de realização do exame é determinada pelo ginecologista e depende dos resultados anteriores, mas a princípio deve ser realizado anualmente.

Colposcopia

Este exame é solicitado após o especialista achar necessário uma análise mais profunda do aparelho genital. É utilizado o colposcópio, uma espécie de binóculo que ilumina e amplia a visão da região de 10 a 40 vezes o tamanho normal

Histeroscopia

A histeroscopia é solicitada quando a colposcopia apresenta indícios de lesões e deformações celulares possivelmente cancerígenas. É feita para identificar e investigar alterações intra-uterinas, além de fazer parte da lista de exames que antecedem fertilizações in vitro. O procedimento pode ser realizado em ambiente ambulatorial ou no próprio consultório médico.

 

TRATAMENTO

 O tratamento do câncer de colo do útero depende do estágio da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais. Pode ser realizado por meio de cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

Cirurgias: Existem vários tipos de cirurgia, algumas envolvendo apenas a retirada da lesão tumoral e outras compreendendo a remoção do útero (histerectomia). Entre elas estão: HisterectomiaCervicectomiaCriocirurgiaLinfadenectomiaCirurgia ginecológicaDissecção de linfonodos retroperitoneais.

 Radioterapia: Tratamento que utiliza raios-X e outros raios de alta energia para matar ou inibir o crescimento das células anormais.

 Quimioterapia: medicamentos administrados por via oral ou diretamente na veia com o objetivo de matar as células que estão crescendo ou se multiplicando muito rapidamente.

 

Agora que você já conhece mais sobre o câncer de colo do útero, marque uma consulta com seu ginecologista e faça os exames!

 

Cigarro, principal fator de risco para o câncer de pulmão

 

O hábito de fumar e o tabagismo são as causas mais conhecidas para o câncer de pulmão. Muitos fumantes conhecem os riscos do fumo para o organismo, mas o fato é que o cigarro apresenta uma substância que causa dependência química, a nicotina.

O cigarro aumenta em até 20 vezes a chance dos fumantes desenvolverem a doença quando comparado aos não fumantes. Conforme informações do Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 90% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está relacionado ao consumo de derivados de tabaco. Isso porque, na fumaça do cigarro existem mais de 5 mil substâncias químicas das quais cerca de 50 são cancerígenas. E o país soma 28.220 novos casos de tumores pulmonares ao ano.

Além do câncer de pulmão, o tabagismo é o causador para outros tipos de câncer, como os tumores localizados nas regiões do pescoço, bexiga e cabeça.

O tratamento para o câncer de pulmão é realizado por meio de uma cirurgia, por tratamento sistêmico (quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia) e radioterapia. Essa operação depende principalmente do tipo, do tamanho e da localização do tumor, além do estado geral do paciente.

Portanto, o cigarro é considerado um dos maiores problemas de saúde pública que nossa sociedade enfrenta hoje em dia.

 

Por Lucianna Parreira

Jornalista e Social Media

Câncer de Pele

O QUE É?

O câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 180 mil novos casos. O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém, seus números são muito altos. A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele.

 

Tipos de câncer da pele:

Carcinoma basocelular (CBC): o mais prevalente dentre todos os tipos. O CBC surge nas células basais, que se encontram na camada mais profunda da epiderme (a camada superior da pele). Tem baixa letalidade e pode ser curado em caso de detecção precoce. Os CBCs surgem mais frequentemente em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Podem se desenvolver também nas áreas não expostas, ainda que mais raramente. Em alguns casos, além da exposição ao sol, há outros fatores que desencadeiam seu surgimento. Certas manifestações do CBC podem se assemelhar a lesões não cancerígenas, como eczema ou psoríase. Somente um médico especializado pode diagnosticar e prescrever a opção de tratamento mais indicada. O tipo mais encontrado é o CBC nódulo-ulcerativo, que se traduz como uma pápula vermelha, brilhosa, com uma crosta central, que pode sangrar com facilidade.

Carcinoma espinocelular (CEC):  segundo mais prevalente dentre todos os tipos de câncer. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo, pescoço etc. A pele nessas regiões, normalmente, apresenta sinais de dano solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade. O CEC é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres. Assim como outros tipos de câncer da pele, a exposição excessiva ao sol é a principal causa do CEC, mas não a única. Alguns casos da doença estão associados a feridas crônicas e cicatrizes na pele, uso de drogas antirrejeição de órgãos transplantados e exposição a certos agentes químicos ou à radiação. Normalmente, os CECs têm coloração avermelhada e se apresentam na forma de machucados ou feridas espessos e descamativos, que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. Eles podem ter aparência similar à das verrugas. Somente um médico especializado pode fazer o diagnóstico correto.

Melanoma: tipo menos frequente dentre todos os cânceres da pele, o melanoma tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. Embora o diagnóstico de melanoma normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90%, quando há detecção precoce da doença. O melanoma, em geral, tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Porém, a “pinta” ou o “sinal”, em geral, mudam de cor, de formato ou de tamanho, e podem causar sangramento. Por isso, é importante observar a própria pele constantemente, e procurar imediatamente um dermatologista caso detecte qualquer lesão suspeita. Essas lesões podem surgir em áreas difíceis de serem visualizadas pelo paciente, embora sejam mais comuns nas pernas, em mulheres; nos troncos, nos homens; e pescoço e rosto em ambos os sexos. Além disso, vale lembrar que uma lesão considerada “normal” para um leigo, pode ser suspeita para um médico.

Pessoas de pele clara e que se queimam com facilidade quando se expõem ao sol, com fototipos I e II, têm mais risco de desenvolver a doença, que também pode manifestar-se em indivíduos negros ou de fototipos mais altos, ainda que mais raramente. O melanoma tem origem nos melanócitos, as células que produzem melanina, o pigmento que dá cor à pele. Normalmente, surge nas áreas do corpo mais expostas à radiação solar. Em estágios iniciais, o melanoma se desenvolve apenas na camada mais superficial da pele, o que facilita a remoção cirúrgica e a cura do tumor. Nos estágios mais avançados, a lesão é mais profunda e espessa, o que aumenta a chance de se espalhar para outros órgãos (metástase) e diminui as possibilidades de cura. Por isso, o diagnóstico precoce do melanoma é fundamental. Embora apresente pior prognóstico, avanços na medicina e o recente entendimento das mutações genéticas, que levam ao desenvolvimento dos melanomas, possibilitaram que pessoas com melanoma avançado hoje tenham aumento na sobrevida e na qualidade de vida.

A hereditariedade desempenha um papel central no desenvolvimento do melanoma. Por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente. O risco aumenta quando há casos registrados em familiares de primeiro grau.

Atualmente, testes genéticos são capazes de determinar quais mutações levam ao desenvolvimento do melanoma avançado (como BRAF, cKIT, NRAS, CDKN2A, CDK4) e, assim, possibilitam a escolha do melhor tratamento para cada paciente. Apesar de ser raramente curável, já é possível viver com qualidade, controlando o melanoma metastático por longo prazo.

 

SINTOMAS

O câncer da pele pode se assemelhar a pintas, eczemas ou outras lesões benignas. Assim, conhecer bem a pele e saber em quais regiões existem pintas, faz toda a diferença na hora de detectar qualquer irregularidade. Somente um exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer da pele, mas é importante estar sempre atento aos seguintes sintomas:

  • Uma lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente;
  • Uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho;
  • Uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.

Além de todos esses sinais e sintomas, melanomas metastáticos podem apresentar outros, que variam de acordo com a área para onde o câncer avançou. Isso pode incluir nódulos na pele, inchaço nos gânglios linfáticos, falta de ar ou tosse, dores abominais e de cabeça, por exemplo.

A seguir, a metodologia indicada por dermatologistas para reconhecer as manifestações dos três tipos de câncer da pele: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma. Para auxiliar na identificação dos sinais perigosos, basta seguir a Regra do ABCDE. Mas, em caso de sinais suspeitos, procure sempre um dermatologista. Nenhum exame caseiro substitui a consulta e avaliação médica.

Regra do ABCDE

Assimetria

Assimétrico: maligno

Simétrico: benigno

Borda

Borda irregular: maligno

Borda regular: benigno

Cor

Dois tons ou mais: maligno

Tom único: benigno

Dimensão

Superior a 6 mm: provavelmente maligno

Inferior a 6 mm: provavelmente benigno

 

EVOLUÇÃO

Cresce e muda de cor: provavelmente maligno

Não cresce nem muda de cor: provavelmente benigno

TRATAMENTOS

Todos os casos de câncer da pele devem ser diagnosticados e tratados precocemente, inclusive os de baixa letalidade, que podem provocar lesões mutilantes ou desfigurantes em áreas expostas do corpo, causando sofrimento aos pacientes. Felizmente, há diversas opções terapêuticas para o tratamento do câncer da pele não-melanoma. A modalidade escolhida varia conforme o tipo e a extensão da doença, mas, normalmente, a maior parte dos carcinomas basocelulares ou espinocelulares pode ser tratada com procedimentos simples. Conheça os mais comuns:

Cirurgia excisional: remoção do tumor com um bisturi, e também de uma borda adicional de pele sadia, como margem de segurança. Os tecidos removidos são examinados ao microscópio, para aferir se foram extraídas todas as células cancerosas. A técnica possui altos índices de cura, e pode ser empregada no caso de tumores recorrentes.

Curetagem e eletrodissecção: usadas em tumores menores, promovem a raspagem da lesão com cureta, enquanto um bisturi elétrico destrói as células cancerígenas. Para não deixar vestígios de células tumorais, repete-se o procedimento algumas vezes. Não recomendáveis para tumores mais invasivos.

Criocirurgia: promove a destruição do tumor por meio do congelamento com nitrogênio líquido. A técnica tem taxa de cura menor do que a cirurgia excisional, mas pode ser uma boa opção em casos de tumores pequenos ou recorrentes. Não há cortes ou sangramentos. Também não é recomendável para tumores mais invasivos.

Cirurgia a laser: remove as células tumorais usando o laser de dióxido de carbono ou erbium YAG laser. Por não causar sangramentos, é uma opção eficiente para aqueles que têm desordens sanguíneas.

Cirurgia Micrográfica de Mohs: o cirurgião retira o tumor e um fragmento de pele ao redor com uma cureta. Em seguida, esse material é analisado ao microscópio. Tal procedimento é repetido sucessivamente, até não restarem vestígios de células tumorais.  A técnica preserva boa parte dos tecidos sadios, e é indicada para casos de tumores mal-delimitados ou em áreas críticas principalmente do rosto, onde cirurgias amplas levam a cicatrizes extensas e desfiguração.

Terapia Fotodinâmica (PDT): o médico aplica um agente fotossensibilizante, como o ácido 5-aminolevulínico (5-ALA) na pele lesada. Após algumas horas, as áreas são expostas a uma luz intensa que ativa o 5-ALA e destrói as células tumorais, com mínimos danos aos tecidos sadios.

Além das modalidades cirúrgicas, a radioterapia, a quimioterapia, a imunoterapia e as medicações orais e tópicas são outras opções de tratamentos para os carcinomas. Somente um médico especializado em câncer da pele pode avaliar e prescrever o tipo mais adequado de terapia.

Melanoma

O tratamento varia conforme a extensão, agressividade e localização do tumor, bem como a idade e o estado geral de saúde do paciente. As modalidades mais utilizadas são a cirurgia excisional e a Cirurgia Micrográfica de Mohs (citadas acima). Na maioria dos casos, o melanoma metastático não tem cura, por isso é importante detectar e tratar a doença o quanto antes. Embora não tenha cura, o tratamento do melanoma avançado evoluiu muito nas últimas décadas; hoje já é possível viver por mais tempo e com mais qualidade, controlando a doença em longo prazo. Para isso, é importante que os pacientes passem por testes genéticos capazes de determinar quais mutações apresentam (como BRAF, cKIT, NRAS, CDKN2A, CDK4), possibilitando, assim, a escolha dos tratamentos que podem trazer melhores resultados em cada caso.  Mais de 90% dos pacientes com a alteração genética BRAF, por exemplo, podem se beneficiar do tratamento com terapia-alvo oral, capaz de retardar a progressão do melanoma e melhorar a qualidade a vida. Outros tratamentos podem ser recomendados, isoladamente ou em combinação, para o tratamento dos melanomas avançados, incluindo quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.

 

PREVENÇÃO

Evitar a exposição excessiva ao sol e proteger a pele dos efeitos da radiação UV são as melhores estratégias para prevenir o melanoma e outros tipos de tumores cutâneos.

Como a incidência dos raios ultravioletas está cada vez mais agressiva em todo o planeta, as pessoas de todos os fototipos devem estar atentas e se protegerem quando expostas ao sol. Os grupos de maior risco são os do fototipo I e II, ou seja: pessoas de pele clara, com sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. Além destes, os que possuem antecedentes familiares com histórico de câncer de pele, queimaduras solares, incapacidade para se bronzear e muitas pintas também devem ter atenção e cuidados redobrados.

Medidas de proteção:

  • Usar chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares.
  • Cubra as áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças e um chapéu de abas largas.
  • Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10 e 16 horas (horário de verão).
  • Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.
  • Usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou de diversão. Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo.  Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Ao utilizar o produto no dia a dia, aplicar uma boa quantidade pela manhã e reaplicar antes de sair para o almoço.
  • Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas.
  • Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses.
  • Consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo.

Fotoproteção: a exposição à radiação ultravioleta (UV) tem efeito cumulativo. Ela penetra profundamente na pele, sendo capaz de provocar diversas alterações, como o bronzeamento e o surgimento de pintas, sardas, manchas, rugas e outros problemas. A exposição solar em excesso também pode causar tumores benignos (não cancerosos) ou cancerosos, como o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. A maioria dos cânceres da pele está relacionada à exposição ao sol, por isso todo cuidado é pouco.

Sobre os protetores solares (fotoprotetores):  também conhecidos como protetores solares ou filtros solares, são produtos capazes de prevenir os males provocados pela exposição solar, como o envelhecimento precoce e a queimadura solar, além do câncer da pele. O fotoprotetor ideal deve ter amplo espectro, ou seja, ter boa absorção dos raios UVA e UVB, não ser irritante, ter certa resistência à água, e não manchar a roupa. Eles podem ser físicos ou inorgânicos e/ou químicos ou orgânicos. Os protetores físicos, à base de dióxido de titânio e óxido de zinco, se depositam na camada mais superficial da pele, refletindo as radiações incidentes. Eles não eram bem aceitos antigamente pelo fato de deixarem a pele com uma tonalidade esbranquiçada, mas isso tem sido minimizado pela coloração de base de alguns produtos. Já os filtros químicos funcionam como uma espécie de “esponja” dos raios ultravioletas, transformando-os em calor.

Radiação UVA e UVB: um fotoprotetor eficiente deve oferecer boa proteção contra a radiação UVA e UVB. A radiação UVA tem comprimento de onda mais longo e sua intensidade pouco varia ao longo do dia. Ela penetra profundamente na pele, e é a principal responsável pelo fotoenvelhecimento e pelo câncer da pele. Já a radiação UVB tem comprimento de onda mais curto e é mais intensa entre as 10 e as 16 horas, sendo a principal responsável pelas queimaduras solares e pela vermelhidão na pele. Um fotoprotetor com fator de proteção solar (FPS) 2 a 15 possui baixa proteção contra a radiação UVB; o FPS 15-30 oferece média proteção contra UVB, enquanto os protetores com FPS 30-50 oferecem alta proteção UVB e o FPS maior que 50, altíssima proteção UVB. Pessoas de pele clara, que se queimam sempre e nunca se bronzeiam, geralmente aquelas com cabelos ruivos ou loiros e olhos claros, devem usar protetores solares com FPS 30, no mínimo. Já em relação aos raios UVA, não há consenso quanto à metodologia do fator de proteção. Ele pode ser mensurado em estrelas, de 0 a 4, onde 0 é nenhuma proteção e 4 é altíssima proteção UVA; ou em números: < 2, não há proteção UVA; 2-4 baixa proteção; 4-8 média proteção, 8-12 alta proteção e >12 altíssima proteção UVA.  O correto é procurar por esta classificação ou por valor de PPD (Persistent Pigment Darkening – mede o bronzeamento que a pele sofre após a exposição ao raio UVA) nos rótulos dos produtos.

Como escolher um fotoprotetor: em primeiro lugar, o FPS deve ser verificado, quanto é a proteção em relação aos raios UVA, e também se o produto é resistente ou não à água. A nova legislação de filtros solares exige que tudo que seja anunciado no rótulo do produto tenha testes que comprovem eficácia.  Outra mudança é que o valor do PPD que mede a proteção UVA deve ser sempre no mínimo metade do valor do Filtro solar. Isso porque se sabe que os raios UVA também contribuem para o risco de câncer de pele. O “veículo” do produto– gel, creme, loção, spray, bastão – também tem de ser considerado, pois isso ajuda na prevenção de acne e oleosidade comuns quando se usa produtos inadequados para cada tipo de pele. Pacientes com pele com tendência a acne devem optar por veículos livres de óleo ou gel creme. Já aqueles pacientes que fazem muita atividade física e que suam bastante, devem evitar os géis, pois saem facilmente.

Como aplicar o fotoprotetor: o produto deve ser aplicado ainda em casa, e reaplicado ao longo do dia a cada 2 horas, se houver muita transpiração ou exposição solar prolongada. É necessário aplicar uma boa quantidade do produto, equivalente a uma colher de chá rasa para o rosto e três colheres de sopa para o corpo, uniformemente, de modo a não deixar nenhuma área desprotegida. O filtro solar deve ser usado diariamente, mesmo quando o dia estiver frio ou nublado, pois a radiação UV atravessa as nuvens. É importante lembrar que usar apenas filtro solar não basta. É preciso complementar as estratégias de fotoproteção com outros mecanismos, como roupas, chapéus e óculos apropriados. Também é importante consultar um dermatologista regularmente para uma avaliação cuidadosa da pele, com a indicação do produto mais adequado.

Bronzeamento artificial e saúde: uma Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada em dezembro de 2009, proibiu a prática de bronzeamento artificial por motivações estéticas no Brasil. Foi o primeiro país no mundo a tomar medidas tão restritivas em relação ao procedimento. Desde então, outras nações com incidência elevada de câncer da pele, como Estados Unidos e Austrália, também tomaram medidas para dificultar a realização do procedimento. As câmaras de bronzeamento artificial trazem riscos comprovados à saúde e, em 2009, foram reclassificadas como agentes cancerígenos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), no mesmo patamar do cigarro e do sol.   A prática de bronzeamento artificial antes dos 35 anos aumenta em 75% o risco de câncer da pele, além de acelerar o envelhecimento precoce e provocar outras dermatoses.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia posiciona-se veementemente favorável à proibição da prática do bronzeamento artificial para fins estéticos em virtude dos prejuízos que causa à população. Como já foi dito, o câncer da pele é o tipo mais comum da doença no Brasil, e sua prevalência cresce anualmente, o que só reforça a necessidade de apoiarmos todas as medidas que favoreçam a prevenção.

Se você tem interesse em fazer bronzeamento artificial, não esqueça: qualquer estabelecimento no Brasil que ofereça esse procedimento com motivações estéticas atua de forma irregular e está sujeito a fechamento e a outras penalidades. Não compactue com uma prática proibida, que pode comprometer seriamente a saúde. Aceite o tom da sua pele como ele é. Pele bonita é pele saudável.

 

Fonte:  SBD