Leishmaniose humana: Entenda a doença e como se proteger

A Leishmaniose é uma doença de grande impacto global. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Leishmaniose está entre as dez principais doenças tropicais negligenciadas no mundo.

Um dos principais aspectos que tornam a Leishmaniose uma preocupação em saúde pública é a sua ampla distribuição geográfica, podendo ocorrer em áreas rurais e também em perímetros urbanos. Isso significa que a doença pode atingir uma grande parcela da população, tornando-se um desafio para as autoridades de saúde controlar a sua disseminação.

A expansão urbana e as mudanças climáticas também contribuem para o aumento dos casos de Leishmaniose em algumas áreas do Brasil. O desmatamento, a urbanização desordenada e a falta de saneamento básico são fatores que favorecem a proliferação do mosquito vetor e, consequentemente, a disseminação da doença.

Neste conteúdo, você encontrará informações muito importantes sobre a doença, sua transmissão, sintomas, forma de diagnóstico e como realizar a prevenção.

O que é a Leishmaniose?

A Leishmaniose é uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero Leishmania, parasitas intracelulares obrigatórios que possuem ciclo de vida alternado entre hospedeiros vertebrados (mamíferos) e insetos (vetores de transmissão). É considerada uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida de animais para seres humanos por meio da picada de mosquitos.

Mais de 70 espécies de mamíferos (incluindo humanos) são hospedeiras da Leishmania, sendo algumas delas consideradas como reservatórios do protozoário na natureza. A infecção em roedores e cães é a mais frequente, mas o parasita também é capaz de infectar outros mamíferos silvestres, como preguiças, tatus, tamanduás, algumas espécies de marsupiais, morcegos, coelhos, felinos e primatas.

A Leishmaniose desencadeia diversos sinais clínicos que podem variar em sua gravidade. No entanto, as três principais categorias clínicas da doença são a Leishmaniose cutânea, mucosa e visceral (também conhecida como Calazar). Dentre estas formas clínicas, a Leishmaniose visceral é a forma mais grave e progressiva, podendo ser fatal se não tratada.

Como a doença é transmitida?

A transmissão da Leishmaniose ocorre através da picada de mosquitos infectados pelo parasita Leishmania. Esses mosquitos são conhecidos como mosquitos-palha e são responsáveis por transmitir o parasita de um hospedeiro infectado para um hospedeiro suscetível, como seres humanos e animais.

O ciclo de transmissão da Leishmaniose inicia-se quando o mosquito-palha fêmea pica um hospedeiro infectado, como um cão ou roedor. Durante a picada, o mosquito ingere o parasita presente no sangue animal.

Dentro do mosquito, o parasita sofre uma transformação para uma forma infectante denominada promastigota. Quando o mosquito pica um novo hospedeiro, como um ser humano, ele inocula as formas promastigotas junto com sua saliva. As formas promastigotas migram para o interior das células do sistema imunológico do hospedeiro, onde se transformam em formas amastigotas.

Uma vez dentro das células do hospedeiro, as formas amastigotas se multiplicam e se disseminam para os tecidos e órgãos do corpo, causando os diferentes tipos de Leishmaniose, com sintomas específicos associados a cada uma delas.

É importante destacar que a transmissão da Leishmaniose não ocorre diretamente de uma pessoa para outra, e sim através da picada dos mosquitos vetores. Os mosquitos são mais comuns em áreas rurais e silvestres, mas também podem ser encontrados em ambientes urbanos, principalmente em regiões com clima quente. Seu comportamento é mais ativo no início da manhã e no final da tarde, período em que as pessoas devem tomar precauções adicionais para evitar picadas.

Quais os principais sintomas da Leishmaniose?

Os sintomas da Leishmaniose podem variar dependendo da forma da doença e do sistema imunológico do indivíduo afetado. A seguir, descrevemos os sintomas mais comumente associados.

Leishmaniose Visceral

É a forma mais grave, caracterizada por febre prolongada, fraqueza e fadiga intensa, perda de peso sem explicação aparente, palidez e anemia, aumento do baço e do fígado, diarreia, vômito e falta de apetite. A doença renal também é uma importante manifestação clínica, cuja progressão pode levar a pessoa infectada ao óbito.

Leishmaniose Cutânea

É caracterizada pelo surgimento de lesões na pele, geralmente após semanas da picada do mosquito. As lesões se manifestam inicialmente como pequenas pápulas ou nódulos, que se desenvolvem em úlceras de bordas elevadas e centro avermelhado, com a formação de crostas. As úlceras podem ser únicas ou múltiplas, e são mais frequentes nas extremidades expostas do corpo, como braços e pernas, podendo causar coceira e dor.

Leishmaniose Muco cutânea

Inicia-se com lesões cutâneas semelhantes às da forma cutânea, que podem levar a formação de úlceras. Posteriormente, afeta as mucosas, principalmente do nariz, boca e garganta. Se não tratada pode causar deformações graves nessas regiões e comprometimento da respiração, fala e alimentação.

Perceba que muitos dos sintomas de Leishmaniose podem ser inespecíficos e se assemelhar a outras doenças, o que dificulta o diagnóstico precoce. Além disso, a forma visceral da doença pode ser grave e levar ao óbito se não for tratada adequadamente. Portanto, diante de qualquer sintoma incomum ou persistente, é fundamental procurar atendimento médico para uma avaliação adequada. Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico e tratamento, maiores são as chances de recuperação e redução das complicações.

Como é feito o diagnóstico e tratamento da Leishmaniose?

O diagnóstico da Leishmaniose pode ser realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais. Exames de sangue são utilizados para detectar a presença do parasita no organismo, como o exame de imunofluorescência indireta (RIFI) e o ensaio imunoenzimático (ELISA).

Um método mais recente é a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), uma técnica molecular que amplifica o material genético do parasita, permitindo sua detecção com alta sensibilidade e especificidade. Esse exame é importante para um diagnóstico mais preciso e rápido, possibilitando um tratamento adequado e evitando complicações graves de saúde.

A PCR pode ser realizada a partir da coleta de amostras da ferida (Leishmaniose cutânea), por meio de raspagem ou biopsia da borda da lesão com anestesia local. Amostras de sangue, aspirado de medula óssea e aspirado ganglionar também podem ser utilizados para diagnóstico, especialmente na Leishmaniose visceral.

O tratamento da Leishmaniose varia de acordo com a forma da doença e a gravidade do caso. Geralmente, são utilizados medicamentos específicos, que devem ser prescritos por um médico especialista. Em alguns casos mais graves, pode ser necessário o acompanhamento hospitalar.

Mais do que efetuar o tratamento precoce, é essencial conscientizar a população da importância da prevenção. Embora não existam vacinas contra a doença, medidas podem ser efetuadas para prevenir a proliferação do mosquito transmissor e se proteger de possíveis picadas.

Mantenha o seu quintal limpo de galhos e folhas e efetue a poda de árvores muito grandes para evitar o sombreamento do local. Aumentar a insolação evita a geração de condições favoráveis a multiplicação do mosquito transmissor.

E importante descartar adequadamente o lixo orgânico para que animais hospedeiros, como ratos e gambás, não se aproximem das casas. Utilize medidas de proteção individual, com o uso de repelentes, além de telas e mosquiteiros, e evite construir casas muito próximas às matas.

O Célula Laboratório Médico assume o compromisso de trazer informações relevantes, atualizadas e de fontes confiáveis para que você se mantenha sempre bem informado e mantenha a sua saúde em dia.

Somos responsáveis pela prevenção e o diagnóstico de doenças, a partir de exames anátomos patológicos e citopatológicos. Pautamos nossos serviços sempre pela qualidade, confiabilidade e pelo atendimento personalizado e humanizado, levando para pacientes e médicos parceiros, diagnósticos precisos e especializados.

Referências:

Brasil. (2021). Secretaria de vigilância em saúde – Ministério da saúde. Boletim Epidemiológico: Doenças Tropicais Negligenciadas.

Mann, S., Frasca, K., Scherrer, S., Henao-Martínez, A. F., Newman, S., Ramanan, P., & Suarez, J. A. (2021). A Review of leishmaniasis: current knowledge and future directions. Current tropical medicine reports.

Ribeiro, R. R., Michalick, M., da Silva, M. E., Dos Santos, C., Frézard, F., & da Silva, S. M. (2018). Canine Leishmaniasis: An Overview of the Current Status and Strategies for Control. BioMed research international.

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Dr. Marcos Michel Gromowski – Médico Patologista

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Entenda o que é o câncer de tireoide e como realizar o diagnóstico

O câncer de tireoide é uma doença que afeta a glândula tireoide e representa um crescente problema de saúde mundial. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer da tireoide é o mais comum da região da cabeça e pescoço e afeta três vezes mais as mulheres brasileiras do que os homens.

O câncer de tireoide pode afetar indivíduos de todas as idades, mas é mais comum em pessoas com idade entre 30 e 50 anos. Os fatores de risco incluem histórico familiar da doença, certas síndromes genéticas, deficiência de iodo e exposição à radiação.

Embora o aumento da prevalência da doença possa ser atribuído, em parte, a melhorias na detecção e diagnóstico, a incidência real do câncer de tireoide também está aumentando. Isso pode ser devido a fatores como mudanças nos hábitos alimentares, exposição a produtos químicos e fatores ambientais ainda desconhecidos.

Portanto, é fundamental investir em estratégias de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado. A conscientização pública, a pesquisa contínua e a colaboração entre profissionais e autoridades de saúde são essenciais para combater efetivamente o câncer de tireoide e reduzir seu impacto na saúde pública global.

Nesse conteúdo, traremos informações importantes sobre a doença, seus principais sintomas, formas de diagnóstico e tratamento.

O que é câncer de tireoide?

O câncer de tireoide é caracterizado pelo crescimento desordenado de células malignas na tireoide, uma glândula em forma de borboleta localizada na parte anterior do pescoço.

A tireoide é responsável pela produção e liberação dos hormônios T4 (tiroxina) e T3 (triiodotironina), que desempenham funções vitais no organismo, como a regulação do metabolismo basal, controle do ritmo cardíaco, desenvolvimento do sistema nervoso central, entre outras.

Existem diferentes tipos de câncer de tireoide, como o carcinoma papilífero, folicular, medular e anaplásico. O carcinoma papilífero é o mais frequente e apresenta crescimento lento, respondendo bem aos tratamentos.

O carcinoma folicular é o segundo mais frequente, principalmente em pessoas acima dos 50 anos. É um câncer que pode se espalhar para outras partes do corpo, principalmente pulmões e ossos.

O carcinoma medular afeta em torno de 5% dos casos e tende a ser mais agressivo, possuindo origem nas células C da tireoide (produzem o hormônio calcitonina) e possui relação com a hereditariedade. Por fim, o carcinoma anaplásico é o mais raro e o mais perigoso de todos, com rápida progressão e difícil tratamento.

Quais os sintomas da doença?

No início, o câncer de tireoide pode não apresentar sintomas evidentes, mas à medida que progride, podem surgir nódulos palpáveis no pescoço. É importante ressaltar que a presença de nódulos não é garantia de câncer, sendo necessário realizar exames adicionais para confirmar o diagnóstico.

Sintomas como rouquidão, dificuldade ao engolir, inchaço em gânglios linfáticos do pescoço, dor na região do pescoço ou garganta, tosse persistente e sensação de compressão na traqueia podem indicar a presença de câncer de tireoide em estágio avançado.

Quais os principais fatores de risco?

As causas exatas do câncer de tireoide ainda não são totalmente compreendidas, e em muitos casos, a origem da doença permanece desconhecida. No entanto, existem fatores de risco conhecidos que estão associados ao desenvolvimento do câncer de tireoide.

Conforme já mencionado, as mulheres têm maior probabilidade de desenvolver câncer de tireoide do que os homens. Além disso, a doença é mais comum em pessoas com idade entre 30 e 50 anos.

Outro fator de risco é a genética. Ter parentes de primeiro grau, como pais ou irmãos, com câncer de tireoide aumenta o risco da doença. Algumas condições genéticas hereditárias, como a síndrome de Gardner ou a síndrome de Cowden, também estão associadas a uma maior chance para o câncer de tireoide.

A deficiência crônica de iodo na dieta também pode contribuir para o desenvolvimento de câncer de tireoide, assim como a exposição à radiação ionizante, especialmente durante a infância.

Por fim, alguns estudos sugerem que a obesidade pode estar associada a um risco aumentado de câncer de tireoide, embora a relação não esteja totalmente esclarecida.

É importante ressaltar que ter um ou mais fatores de risco não significa necessariamente que alguém desenvolverá câncer de tireoide. Da mesma forma, algumas pessoas podem desenvolver a doença sem ter nenhum fator de risco conhecido.

Como é realizado o diagnóstico?

O diagnóstico do câncer de tireoide envolve exames clínicos, como palpação do pescoço em busca de nódulos, avaliação do histórico do paciente e familiar, e exames complementares, como ultrassonografia, cintilografia e ressonância magnética.

A confirmação é feita por meio de biópsia, utilizando a aspiração com agulha fina para análise histopatológica das células do tumor. A partir do material coletado, é possível realizar a análise em busca de alterações nas células que possam indicar malignidade.

Câncer de tireoide tem cura?

Sim, o câncer de tireoide tem grandes chances de cura, especialmente quando diagnosticado precocemente. O tratamento envolve a remoção total ou parcial da tireoide, podendo ser necessário também a retirada de gânglios linfáticos afetados a depender do quadro clínico e agressividade da doença.

A reposição hormonal é essencial para substituir os hormônios que a tireoide não produz mais. Em casos mais agressivos, a radioterapia e quimioterapia podem ser indicadas como terapia adjiuvante. O acompanhamento médico regular é fundamental também para detectar possíveis recidivas.

O câncer de tireoide é uma doença que requer atenção e conhecimento. A detecção precoce e o tratamento adequado aumentam significativamente as chances de cura.

Portanto, mantenha uma rotina de vida equilibrada, evite fatores de risco conhecidos e faça check-ups médicos regularmente para prevenir e detectar precocemente qualquer alteração na tireoide que possa ser indicativa de câncer.

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Referências:

Baloch, Z.W., Asa, S.L., Barletta, J.A. et al. Overview of the 2022 WHO Classification of Thyroid Neoplasms. Endocr Pathol 33, 27–63 (2022). https://doi.org/10.1007/s12022-022-09707-3

INCA. Câncer de tireoide. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/tireoide Acesso em: 13/07/2023

Mayo. Thyroid Cancer. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/thyroid-cancer/symptoms-causes/syc-20354161 Acesso em: 13/07/2023

Nguyen QT, Lee EJ, Huang MG, Park YI, Khullar A, Plodkowski RA. Diagnosis and treatment of patients with thyroid cancer. Am Health Drug Benefits. 2015 Feb;8(1):30-40.

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Câncer de cabeça e pescoço: saiba o que é e como prevenir

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de cabeça e pescoço é o sexto tipo mais comum de câncer no mundo, afetando principalmente pessoas acima dos 40 anos.

Por ser uma doença silenciosa, um dos principais desafios do câncer de cabeça e pescoço é o seu diagnóstico precoce. Muitas vezes, os sintomas iniciais são negligenciados ou confundidos com outros problemas de saúde, o que leva a um diagnóstico tardio e o avanço da doença.

Diante desse cenário, é crucial promover a conscientização e a educação da população sobre os fatores de risco, os principais sinais e sintomas e a importância de manter as consultas médicas de rotina em dia.

Nesse conteúdo, você encontrará informações muito importantes sobre o câncer de cabeça e pescoço para sanar as suas principais dúvidas sobre o assunto.

O que é o câncer de cabeça e pescoço?

O câncer de cabeça e pescoço é uma designação abrangente que engloba um grupo de diferentes tipos de câncer que se originam nas estruturas da região da cabeça e pescoço. Esses tumores podem afetar áreas como a cavidade oral, lábios, faringe, laringe e tireoide.

Para compreender como ocorre o câncer, é importante ter em mente o processo normal de renovação celular. O corpo humano possui um mecanismo regulado de crescimento e renovação das células, conhecido como ciclo celular.

No entanto, quando ocorre um desequilíbrio nesse ciclo, podem surgir alterações genéticas que levam ao desenvolvimento do câncer. Essas alterações podem ser causadas por uma combinação de fatores, como mutações genéticas adquiridas, exposição a agentes carcinogênicos, fatores de risco comportamentais (como tabagismo e consumo excessivo de álcool) e fatores virais (como a infecção pelo HPV).

O desbalanço no ciclo celular resulta na formação excessiva e desordenada de células do tecido em questão. O crescimento descontrolado das mesmas leva à formação de um tumor, que pode comprometer seriamente a função do órgão ou tecido, podendo se espalhar (geração de metástases) com o avanço da doença e a depender do nível de agressividade do câncer.

Quais os tipos de câncer de cabeça e pescoço?

Como mencionado, existem diferentes tipos de tumores que podem se desenvolver na região da cabeça e pescoço, como:

– Câncer da cavidade oral: engloba tumores malignos localizados nos lábios, gengiva, palato (céu da boca) e língua;

– Câncer de faringe: compreende os tumores malignos da região da garganta;

– Câncer de laringe: está relacionado com tumores na região próxima das cordas vocais;

– Câncer de tireoide: abrange tumores malignos que afetam a glândula tireoide.

Quais os principais sintomas do câncer de cabeça e pescoço?

O câncer de cabeça e pescoço pode apresentar diversos sintomas, que variam conforme a localização e o estágio do tumor. Alguns dos principais sintomas comuns são:

– Feridas na boca ou na região da garganta que não cicatrizam: úlceras persistentes ou feridas na boca, lábios, gengivas ou garganta que não cicatrizam podem ser um sinal de câncer;

– Dor persistente: dor persistente na região da boca, garganta, pescoço ou ouvido pode ser um sintoma a ser considerado. Essa dor pode ser contínua ou intermitente;

– Dificuldade para engolir: dificuldade ou dor ao engolir (disfagia) pode ser um sintoma de câncer de garganta ou esôfago;

– Alterações na voz: mudanças na voz, como rouquidão persistente ou alteração no tom da voz podem ser indicativas de câncer de laringe, ou outras estruturas da garganta;

– Caroços no pescoço: a presença de um nódulo ou caroço no pescoço, próximo da região da tireoide, que persiste por mais de duas semanas.  No entanto, é importante salientar que nem todo nódulo indica câncer. Para uma melhor avaliação, é necessário analisar o histórico do paciente, incluindo a incidência de casos familiares de câncer na tireoide.

Perceba que esses sintomas podem ter várias causas e não necessariamente podem estar relacionados ao câncer. No entanto, se você estiver apresentando sintomatologia persistente, é essencial procurar um médico para uma avaliação aprofundada e um diagnóstico preciso.

Quais as principais causas do câncer de cabeça e pescoço?

Como todo câncer, suas causas são consideradas multifatoriais, ou seja, envolvem diferentes fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida. Dentre os principais fatores de risco, destaca-se o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, exposição a poluentes, dentre outros.

Determinadas alterações genéticas também podem estar associadas com uma maior chance de desenvolvimento de câncer de cabeça e pescoço, principalmente mutações em genes relacionados ao controle do ciclo celular e sistema imune.

Outro fator muito importante a ser considerado é a infecção pelo HPV (papilomavírus humano), um vírus sexualmente transmissível que infecta a pele e mucosas, provocando o surgimento de verrugas e, em casos mais graves, o surgimento de câncer. Além de estar correlacionado com o câncer de colo de útero, estudos indicam também que a infecção pelo HPV é altamente associada a tumores na cavidade oral, sendo a laringe e faringe os locais mais atingidos.

Como é feito o diagnóstico da doença?

Antes de mais nada, é fundamental salientar que, na presença de qualquer sintoma persistente, o ideal é procurar auxílio médico. Somente um especialista conseguirá analisar adequadamente o quadro clínico do paciente e encaminhar a realização de exames específicos.

Inicialmente, são avaliados os sintomas apresentados, além de exame físico e histórico clínico e familiar do paciente. A partir da suspeita diagnóstica, o médico solicitará exames complementares para confirmação.

Exames de imagem como a tomografia computadorizada, ultrassonografia ou ressonância magnética são utilizados para obter imagens detalhadas das estruturas internas da cabeça e pescoço, ajudando a identificar a localização, o tamanho e a extensão do tumor. A endoscopia também pode ser utilizada para averiguar alterações na região da faringe, laringe, entre outras estruturas.

A confirmação do diagnóstico é, geralmente, realizada por meio de biópsia. Nesse procedimento, são coletadas amostras do tecido suspeito (tumor) para posterior análise anátomo patológica para definição de malignidade ou não. Essas análises incluem exames histológicos e moleculares para identificar as características do tumor.

Em casos de nódulos na tireoide, a biópsia pode ser feita por punção aspirativa por agulha fina, um exame minimamente invasivo em que amostras dos nódulos são coletadas por meio da incisão de uma agulha no local.

Como se prevenir do câncer de cabeça e pescoço?

Embora não seja possível prevenir completamente o câncer de cabeça e pescoço, adotar um estilo de vida saudável pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver a doença. O tabagismo é um dos principais fatores de risco, portanto, não fume. Limitar o consumo de álcool também é uma medida importante para reduzir o risco.

Além disso, pratique regularmente exercícios físicos e mantenha uma rotina alimentar equilibrada. Assim, você conseguirá diminuir as chances de desenvolvimento de câncer e de muitas outras doenças cardiovasculares e metabólicas.

Como o HPV também é um dos fatores envolvidos no câncer de cabeça e pescoço, é altamente recomendado utilizar preservativos durante as relações sexuais. Além disso, atualmente existem vacinas disponíveis que protegem contra os principais tipos de vírus HPV, incluindo àqueles com maior relação ao desenvolvimento de câncer, como o HPV-16 e 18.

É importante salientar também que a vacina é uma prevenção e não um tratamento: ela é eficaz para prevenir o contágio, mas não trata lesões já existentes. Portanto, mantenha sempre suas consultas médicas de rotina em dia. Assim, o médico conseguirá detectar quaisquer alterações de forma precoce, aumentando muito as chances de cura.

O Célula Laboratório Médico assume o compromisso de trazer informações relevantes, atualizadas e de fontes confiáveis para que você se mantenha sempre bem informado e mantenha a sua saúde em dia.

Somos responsáveis pela prevenção e o diagnóstico de doenças, a partir de exames anátomos patológicos e citopatológicos. Pautamos nossos serviços sempre pela qualidade, confiabilidade e pelo atendimento personalizado e humanizado, levando para pacientes e médicos parceiros, diagnósticos precisos e especializados.

Referências:

Chow LQM. Head and Neck Cancer. N Engl J Med. 2020 Jan 2;382(1):60-72. doi: 10.1056/NEJMra1715715.

Johnson DE, Burtness B, Leemans CR, Lui VWY, Bauman JE, Grandis JR. Head and neck squamous cell carcinoma. Nat Rev Dis Primers. 2020 Nov 26;6(1):92. doi: 10.1038/s41572-020-00224-3

Mody MD, Rocco JW, Yom SS, Haddad RI, Saba NF. Head and neck cancer. Lancet. 2021 Dec 18;398(10318):2289-2299. doi: 10.1016/S0140-6736(21)01550-6

SBCO. Câncer de cabeça e pescoço. Disponível em: https://sbco.org.br/cancer-de-cabeca-e-pescoco-tudo-o-que-voce-precisa-saber/ Acesso em 05/07/2023

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Leucemia: o que é, diagnóstico e tratamento

A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente, de origem desconhecida. Tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais.

A medula óssea é o local de fabricação das células sanguíneas e ocupa a cavidade dos ossos, sendo popularmente conhecida por tutano. Nela são encontradas as células que dão origem aos glóbulos brancos (leucócitos), aos glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e às plaquetas.

Na leucemia, uma célula sanguínea que ainda não atingiu a maturidade sofre uma mutação genética que a transforma em uma célula cancerosa. Essa célula anormal não funciona de forma adequada, multiplica-se mais rápido e morre menos do que as células normais. Dessa forma, as células sanguíneas saudáveis da medula óssea vão sendo substituídas por células anormais cancerosas.

Existem mais de 12 tipos de leucemia, os grupos principais são divididos pela gravidade, sendo crônica ou aguda, linfoides ou mieloides (conforme os tipos de glóbulos brancos afetados). Esses grupos geram as seguintes combinações: Leucemia linfoide crônica (LLC); Leucemia mieloide crônica (LMC); Leucemia linfoide aguda (LLA); e Leucemia mieloide aguda (LMA).

Sintomas

Infecções graves recorrentes, anemia, cansaço, palidez, falta de energia, hemorragia na gengiva, sangue na urina e hematomas pelo corpo são possíveis sinais da leucemia.

Os sintomas no público infantil são semelhantes, mas, segundo levantamento da Abrale – Assoc. Brasileira de Linfoma e Leucemia, nesses casos as queixas mais comuns são febre, cansaço excessivo, dor das juntas e hematomas.

Diagnóstico

Um exame simples de sangue já pode dar uma pista de que algo não anda tão bem. Um hemograma alterado pode indicar um aumento do número de leucócitos (glóbulos brancos) associado ou não à diminuição das hemácias (glóbulos vermelhos) e plaquetas.

A confirmação mesmo só vem com um exame da medula óssea, o mielograma, em que se retira sangue de dentro do osso para analisar as células mais de perto. Em alguns casos, é feita a biópsia da medula óssea.

Tratamento

Atualmente, há um arsenal terapêutico que torna o tratamento da leucemia menos duro e mais eficiente. Para alguns casos, já há tratamentos medicamentosos. Em outros, associa-se quimioterapia aos remédios.

O transplante de medula óssea é outra saída tanto para as leucemias agudas quanto para as crônicas. Contudo, só é indicado em situações específicas – como quando o paciente não responde bem ao tratamento convencional.

Câncer de ovário e suas características

Os ovários são os locais de produção de óvulos nas mulheres. Eles também são a principal fonte dos hormônios estrogênio e progesterona em mulheres na pré-menopausa.

Existem três tipos de tecido ovariano que podem produzir câncer: células epiteliais, que cobrem o ovário; células estromais, que produzem hormônios; e células germinativas, que se tornam óvulos (ovos). Cerca de 85 a 90% dos cânceres de ovário são carcinomas epiteliais.

E quais são os riscos para a doença?

O risco tem relação com o número de ciclos menstruais durante a vida de uma mulher. Não ter filhos, menarca precoce (antes dos 12 anos) e menopausa natural tardia (após os 55 anos) aumentam o risco de câncer de ovário.

Já para o menor risco, o inverso se aplica: ter filhos, menarca tardia e menopausa precoce, além da ligadura de trompas.

Há também as causas já conhecidas, que se aplicam às demais doenças, que são os hábitos pouco saudáveis em relação à alimentação e atividades físicas, assim como o tabagismo, além do histórico genético de câncer de ovário nos parentes de primeiro grau.

Sintomas

Dor e aumento do volume abdominal, perda de apetite e emagrecimento. Esses são os sintomas mais comuns do câncer de ovário, porém, não são específicos desse problema, serve apenas como um alerta de que algo não está bem.

Esse é um câncer normalmente silencioso e a única forma de diagnosticá-lo precocemente é ir ao médico assim que sentir qualquer diferença no corpo. O médico irá pedir exames de imagem e, caso encontre lesões suspeitas, solicita a biópsia para confirmar.  

Infelizmente, o câncer de ovário tem crescimento geralmente muito rápido, em especial o subtipo mais comum, o adenocarcinoma seroso de alto grau. Isso acontece com a maior parte dos tumores malignos.

Fontes: World Cancer Research Fund International e Instituto Nacional de Câncer (Inca)

As diferenças do câncer de mama em mulheres jovens e mais velhas

O câncer de mama surge com frequência em mulheres a partir dos 50 anos de idade e estima-se que 10% dos casos aconteçam antes dos 40 anos. “É um número significativo e, nos últimos anos, tem aumentado de maneira discreta, porém, considerável, destaca o médico mastologista Dr. Renato Menegaz.

A principal diferença entre os tumores de mama em mulheres jovens e mais velhas é que, normalmente, são mais agressivos nas jovens, especialmente abaixo dos 35 anos. Quase metade dessas mulheres têm a chamada mutação herdada, ou seja, o tumor não se origina de fatores adquiridos durante a vida.

Outra diferença está relacionada ao tratamento desses caso que, geralmente, são um pouco mais radicais do ponto de vista cirúrgico, em consideração à longa expectativa de vida dessas mulheres, diferente de pacientes com idade mais avançada.

Já a incidência do câncer de mama após a quinta década de vida é resultado de mutações genéticas provocadas por vários fatores, como sedentarismo, obesidade, tabagismo, abuso de álcool, etc.

Exames e rastreamento

O rastreamento é dividido em dois casos. Primeiro, a checagem da população normal ou chamada de risco habitual, que deve ser feita anualmente, a partir dos 40 anos, com a mamografia, sendo o ultrassom um exame complementar. Nas mulheres de alto risco – as que possuem parentes de primeiro grau que tiveram câncer de mama, especialmente na pré-menopausa – a prevenção deve começar mais precocemente.

Para esse rastreamento, há protocolos diferentes. A primeira mamografia deve ser feita a partir dos 30 anos ou 10 anos antes do caso de tumor de mama “mais jovem” da família, associada ao ultrassom e ressonância magnética. O histórico familiar também é indicativo para o aconselhamento genético, que significa a pesquisa de genes relacionados ao aumento do risco para o câncer de mama, entre eles BRCA1, BRCA2 e TP53.

Caso a paciente tenha herdado a mutação, além das medidas de prevenção secundária com os exames de imagem, são propostas as medidas de redução de risco, divididas em comportamentais e medidas redutoras de risco efetivas. A primeira sugere evitar medicações com hormônios femininos, como os anticoncepcionais, não fumar, não ingerir bebida alcoólica, controle de peso, dietas saudáveis e exercícios físicos. A segunda está relacionada à medicação e cirurgias como a adenomastectomia (retirada completa das mamas com imediata reconstrução com próteses mamárias) e retirada das trompas e ovários. Segundo estudos, a adenomastectomia é a medida mais eficaz, pois reduz em torno de 90% o risco de câncer de mama.

Um fator importante é que quanto mais jovem, mais densa (com mais glândulas) é a mama, e fica mais difícil detectar pequenos nódulos. Por esse motivo, os especialistas associam ao rastreamento a ressonância magnética, que é superior ao ultrassom. Ainda assim, esses são exames de triagem e não conclusivos, conforme explica o médico patologista, Dr. Marcos Michel Gromowski, diretor técnico do Célula Laboratório Médico. “Com as imagens, busca-se algo que necessite de biópsia e só após biopsiar é que se tem o laudo conclusivo de câncer ou não”.

Durante a cirurgia, colhe-se fragmentos ou parte da lesão e este material é encaminhado ao serviço de patologia. O médico patologista analisa estes fragmentos ao microscópio, confirmando ou não a presença de câncer. Se confirmado, é possível identificar o tipo e também complementar o diagnóstico com o exame de imuno-histoquímica, feito pelo patologista, para se ter mais dados do tumor que serão importantes para o tratamento.

Prevenção

Nascer mulher, histórico familiar e envelhecer são fatores de risco não modificáveis. No entanto, há muitos hábitos importantes na prevenção do câncer de mama. Uma das medidas já comprovadas é o Índice de Massa Corporal (IMC) adequado. Pacientes obesas têm mais recidivas (retorno do câncer) do que as não obesas. O mesmo se aplica ao tabagismo e álcool, além do uso de anticoncepcionais.

“Quando tratamos uma paciente jovem levamos em consideração que ela tem expectativa de vida longa, preocupação com a aparência corporal, autoestima. Mesmo com a necessidade de cirurgias, sempre priorizamos essas questões pra ela. E se a paciente ainda deseja engravidar, conduzimos o tratamento levando em conta essa possibilidade de reprodução”, destaca Dr. Renato.

Mulher, este é o seu mês! Olhe para você e previna-se

Neste mês de março, que é o Mês da Mulher, o Célula Laboratório Médico destaca a prevenção do câncer de colo do útero e ressalta: essa é a sua melhor escolha, sempre!

Também chamado de câncer cervical, o câncer de colo do útero é causado principalmente pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV (chamados de tipos oncogênicos), que ocorre por transmissão sexual. É o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.

O câncer de colo do útero não apresenta sintomas no início e, quando eles aparecem, não são específicos e podem estar relacionados a outras doenças. O mais importante, no entanto, é estar sempre atenta ao seu corpo e, principalmente, ir ao médico ginecologista regularmente.

Não deixe de fazer, anualmente, o exame preventivo Papanicolaou, indicado para toda mulher que já iniciou a vida sexual e também para mulheres que não têm mais relações sexuais.

É através do Papanicolaou que o médico poderá iniciar o diagnóstico do câncer de colo do útero. Caso esse exame apresente alteração, é possível que o especialista também considere solicitar outros exames, como:

Captura híbrida – é um exame molecular capaz de diagnosticar o vírus do HPV ainda que não tenham aparecido os primeiros sintomas da doença. Permite identificar 18 tipos do HPV, dividindo-os em dois grupos, os de baixo risco (que não causam câncer) e os de alto risco (que podem causar câncer).

Biópsia do útero – é um exame de diagnóstico empregado na identificação laboratorial de possíveis alterações no tecido de revestimento do útero. Com o material coletado, o médico patologista fará o exame anatomopatológico que, posteriormente, será avaliado pelo ginecologista para iniciar o tratamento adequado.

Colabore com a sua saúde

– Use preservativos em suas relações sexuais (camisinha masculina ou feminina).

– Oriente-se sobre as vacinas contra o HPV, disponíveis para adolescentes e outros grupos no SUS e também na rede particular. As vacinas disponíveis no Brasil previnem os tipos oncogênicos do HPV (vacina bivalente e quadrivalente).

– Tenha um (a) médico ginecologista para chamar de seu, não espere ter sintomas para procurar ajuda.

O Célula Laboratório Médico conta com profissionais especializados que garantem diagnósticos precisos para tratamentos corretos. Nossa equipe técnica é formada pelo Médico Patologista e Diretor Técnico, Dr. Marcos Michel Gromowski, com experiência de 17 anos na especialidade e membro da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP); e Priscila Martinho de Oliveira, Bióloga, Citotécnica com curso de especialização pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), apta pela Sociedade Brasileira de Citopatologia (SBC) e com atuação de três anos no Hospital de Amor de Barretos.

Em 2020, o câncer de próstata pode chegar a mais de 65 mil novos casos no Brasil

Novembro é o mês dedicado ao alerta para a importância da conscientização a respeito de doenças masculinas, especialmente a prevenção do câncer de próstata, o mais frequente entre os homens brasileiros depois do câncer de pele.

Somente para 2020, são esperados 65.840 novos casos, porém, podem não ser diagnosticados a tempo por conta do isolamento social. No Brasil, houve uma queda de 70% das cirurgias oncológicas e uma queda de 50% a 90% das biópsias enviadas para análise, estimando-se que entre 50 mil a 90 mil brasileiros deixaram de receber diagnóstico de câncer nesse período*.

Sintomas e detecção precoce

A doença pode atingir cerca de 50% dos homens acima de 50 anos e provoca aumento da frequência urinária diurna, diminuição da força e do calibre do jato urinário, demora para iniciar a micção, sensação de urgência para urinar, entre outros sintomas.

Do tamanho de uma castanha e localizada abaixo da bexiga, a principal função da próstata é produzir uma secreção fluida para nutrição e transporte dos espermatozoides. Ao longo da vida a glândula pode desenvolver três doenças: a prostatite (inflamação), a hiperplasia prostática benigna – HPB (crescimento benigno) – e o câncer.

O câncer, por sua vez, não costuma apresentar sintomas em fases iniciais, quando em 90% dos casos pode ser curado se diagnosticado precocemente. Ao apresentar sintomas significa já estar numa fase mais avançada e pode causar vontade de urinar com frequência e presença de sangue na urina ou no sêmen.

Dois exames iniciais têm grande importância para o diagnóstico da doença: o exame de sangue, por meio do Antígeno Prostático Específico (PSA), e o exame de toque retal. Esses dois exames, quando associados, podem dar uma segurança de cerca de 90% ou mais, auxiliando no diagnóstico precoce da doença.

* Fonte: Dados levantados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) junto aos principais serviços de referência do país, nas redes pública e privada entre março e maio, comparado com o mesmo período do ano passado.

Fonte do texto: Portal da Urologia

Câncer de colo do útero – a prevenção é a sua melhor escolha!

Chegamos ao mês de março, o mês de homenagear as mulheres e de reforçar os cuidados com a saúde feminina, através da temática do Março Lilás, período em que se difunde a importância da prevenção ao câncer de colo do útero.

Também chamado de câncer cervical ou de colo uterino, é a quarta maior causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). A estimativa do Instituto para novos casos em 2020 é de 16.590. Apesar dos números, é possível evitar que o câncer de colo do útero aconteça ou se desenvolva, através da prevenção.

Papilomavírus Humano – HPV

Cerca de 90% dos casos de câncer de colo de útero estão relacionados ao HPV. Mais comum tipo de infecção sexualmente transmissível em todo o mundo, o vírus HPV atinge de forma massiva as mulheres. Segundo o Ministério da Saúde, 75% das brasileiras sexualmente ativas entrarão em contato com o HPV ao longo da vida, sendo que o ápice da transmissão do vírus se dá na faixa dos 25 anos. Após o contágio, ao menos 5% delas irá desenvolver câncer de colo uterino em um prazo de dois a dez anos, uma taxa que preocupa os especialistas.

Por isso, a prevenção é uma das principais aliadas.  A vacina contra o HPV representa a melhor forma de prevenção primária. Ela resulta numa resposta imune 10 vezes mais eficiente que a viral e está disponível contra os seguintes subtipos: vacina bivalente contra HPV 16 e 18; vacina quadrivalente contra HPV 6, 11, 16 e 18; e a vacina nonavalente que inclui mais 5 subtipos oncogênicos: o 31, 33, 45, 52 e 58.

Seja mulher, previna-se

Em complemento à prevenção primária, é importante ressaltar os exames periódicos para detecção da doença. Quando o câncer cervical é diagnosticado precocemente, é possível que haja uma redução de até 80% de mortalidade. Considerando que o tumor de colo do útero é uma doença com sintomas silenciosos, muitas vezes as mulheres perdem a chance de descobrir a condição ainda na fase inicial. Portanto, mulheres, realizem os exames como o Papanicolau periodicamente, para que aumentem as chances de a doença ser diagnosticada precocemente.

 

Fontes:

Instituto Nacional de Câncer (Inca)

Paranashop

Dezembro Laranja e o combate ao câncer de pele

Dezembro chegou e continua colorido! Mês de verão, mês da cor do sol e período em que se alerta sobre a prevenção do câncer de pele. Este é o tipo de câncer mais frequente no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), e corresponde a 33% dos diagnósticos.

A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer. Eles podem ser divididos em dois tipos: melanoma e não melanoma.

O câncer de pele não melanoma apresenta altos percentuais de cura se for detectado e tratado precocemente. Se não tratado adequadamente, pode deixar mutilações bastante expressivas. Mais comum em pessoas com mais de 40 anos, ocorre principalmente nas áreas do corpo mais expostas ao sol, como rosto, pescoço e orelhas, podendo destruir estas estruturas.

O câncer de pele melanoma é mais comum em adultos brancos e pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. Nos indivíduos de pele negra, ele é mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés. É o tipo mais grave, devido a sua alta possibilidade de provocar metástase (disseminação do câncer para outros órgãos). O prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom se detectado em sua fase inicial.

O câncer de pele é raro em crianças e negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas, porém, com a constante exposição de jovens aos raios solares, a média de idade dos pacientes vem diminuindo. Os sintomas são: manchas na pele que coçam, ardem, descamam ou sangram e feridas que não cicatrizam em até quatro semanas. De acordo com o Inca, cerca de 165.580 pessoas por ano são acometidas com a doença, sendo 85.170 homens e 80.410 mulheres.

Somente um exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer da pele, porém, algumas características podem ajudar a população a identificar a doença, como:

  • Uma lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente;
  • Uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho;
  • Uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.

Conhecer bem a sua pele e saber em quais regiões existem pintas, faz toda a diferença na hora de detectar qualquer irregularidade.

Prevenção do câncer de pele

Para qualquer idade e tipo de pele, os cuidados são os mesmos: evitar a exposição excessiva aos raios solares, principalmente das 10h às 16h, em todas as estações do ano.

Confira algumas medidas de prevenção:

– Usar chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares.

– Cubra as áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças e um chapéu de abas largas.

– Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10 e 16 horas (horário de verão).

– Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.

– Usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou de diversão. Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo.  Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Ao utilizar o produto no dia a dia, aplicar uma boa quantidade pela manhã e reaplicar antes de sair para o almoço.

– Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas.

– Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses.

 

Fonte: Inca e UOL