Desde novembro de 2024, o Brasil adotou um novo protocolo para o rastreamento do câncer de colo do útero, trazendo mudanças significativas na forma como a doença é detectada precocemente. O Ministério da Saúde passou a recomendar que os testes moleculares para detecção do DNA do HPV oncogênico sejam a principal ferramenta para identificar mulheres em risco. O exame de PCR para HPV, que analisa o material genético do vírus, agora substitui o tradicional exame de Papanicolau (citologia) como método primário de rastreamento.
A principal vantagem desse novo protocolo está na maior precisão do exame de PCR para HPV, que identifica a presença do vírus antes mesmo de surgirem alterações nas células do colo do útero. Além disso, a diretriz estabelece um novo critério de encaminhamento: se o resultado do exame indicar a presença dos tipos HPV 16 ou 18, a paciente deve ser encaminhada diretamente para colposcopia, mesmo que a citologia não aponte alterações. Essa mudança reduz o risco de atrasos no diagnóstico e no tratamento, garantindo uma abordagem mais eficaz para prevenir o câncer.
Por que o rastreamento do câncer do colo do útero é tão importante?
O câncer do colo do útero é uma das principais causas de morte por câncer entre as mulheres no Brasil. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados mais de 17 mil novos casos por ano entre 2023 e 2025. A doença é causada, na maioria dos casos, por infecções persistentes pelo papilomavírus humano (HPV), especialmente os subtipos 16 e 18, considerados de alto risco oncogênico.
A infecção pelo HPV é muito comum, e a maioria das pessoas entrará em contato com o vírus em algum momento da vida. Na maioria dos casos, o sistema imunológico consegue eliminar o vírus espontaneamente. No entanto, em algumas mulheres, a infecção persiste e pode levar ao desenvolvimento de lesões precursoras que, se não tratadas, podem evoluir para o câncer.
PCR para HPV: um exame mais preciso e eficaz
Até recentemente, o exame de Papanicolaou era o principal método utilizado para rastrear a doença. Esse exame identifica alterações celulares causadas pelo HPV e precisa ser repetido regularmente, pois sua sensibilidade pode variar. Muitas vezes, pequenas lesões iniciais não são detectadas na primeira avaliação, e a paciente precisa repetir o exame periodicamente.
Com a introdução do exame de PCR para HPV, o rastreamento se tornou mais preciso e eficiente. Esse exame identifica diretamente o DNA do vírus no material coletado do colo do útero, permitindo um diagnóstico mais precoce e confiável. Diferente da citologia, que só detecta alterações quando elas já estão presentes nas células, o teste molecular consegue identificar o HPV antes mesmo de causar qualquer alteração celular, permitindo um acompanhamento mais seguro das mulheres infectadas.
Mudança nas diretrizes: quem deve ser encaminhado para colposcopia?
O novo protocolo estabelece uma diferença importante no encaminhamento das mulheres que testam positivo para o HPV. Antes, mesmo nos casos em que o HPV 16 ou 18 era detectado, a paciente ainda precisava realizar uma citologia para confirmar a presença de alterações celulares antes de ser encaminhada para investigação mais detalhada.
Agora, a nova recomendação é clara: se o teste de PCR para HPV detectar os tipos 16 ou 18, a mulher deve ser encaminhada diretamente para colposcopia, independentemente do resultado da citologia. Isso ocorre porque esses dois subtipos virais são os que apresentam maior risco de evolução para o câncer, tornando necessário um acompanhamento mais rigoroso.
Já quando o exame de PCR detecta outros tipos de HPV de alto risco, como os subtipos 31, 33, 45, 52 e 58, a recomendação é diferente. Nesses casos, a paciente deve realizar um exame de citologia reflexa, ou seja, a análise das células presentes na mesma amostra coletada. Se a citologia indicar alguma alteração, a paciente também será encaminhada para colposcopia. Se o exame citológico não apontar alterações, a recomendação é repetir o exame de PCR em 12 meses.
Além disso, as novas diretrizes estabelecem que o rastreamento deve começar aos 25 anos e se estender até os 64 anos. Mulheres acima dessa faixa etária podem encerrar o rastreamento caso tenham dois exames negativos consecutivos, indicando baixo risco para a doença.
Diante das novas recomendações, a realização do exame de PCR para HPV tornou-se uma ferramenta indispensável na detecção precoce do câncer do colo do útero. O Célula Laboratório Médico oferece esse exame com alta precisão e confiabilidade, permitindo que as mulheres façam o rastreamento da maneira mais eficaz disponível atualmente.
Se você tem 25 anos ou mais, não adie esse cuidado. Realize seu exame de PCR para HPV no Célula Laboratório Médico e proteja sua saúde! Quanto mais cedo o vírus for identificado, maiores são as chances de prevenção e tratamento precoce.
Responsável Técnico Médico
Dr. Marcos Michel Gromowski – Médico Patologista
CRM/MT 4934 RQE 13657
Referências
Ministério da Saúde. Relatório de Recomendação. Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero: Parte I – Rastreamento organizado utilizando testes moleculares para detecção de DNA-HPV oncogênico. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/images/2024/relatorio-preliminar-diretrizes-brasileiras-para-o-rastreamento-do-cancer-do-colo-do-utero-parte-i-rastreamento-organizado-utilizando-testes-moleculares-para-deteccao-de-dna-hpv-oncogenico.pdf. Acesso em: 28/02/2025.
Instituto Nacional de Câncer (INCA). Incidência. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/dados-e-numeros/incidencia. Acesso em: 28/02/2025.