A leucemia é um tipo de câncer que afeta a medula óssea, órgão responsável pela produção das células do sangue, como glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas. A doença é caracterizada pela produção descontrolada de células anormais, chamadas blastos, que se acumulam na medula e substituem as células saudáveis. Esses blastos não desempenham as funções normais das células sanguíneas, comprometendo gravemente o sistema imunológico e aumentando a susceptibilidade a infecções.
Embora as causas exatas não sejam totalmente conhecidas, fatores como mutações genéticas, exposição à radiação e produtos químicos, como o benzeno, podem aumentar os riscos de desenvolver a doença.
Quais os tipos de leucemia
Existem quatro principais tipos de leucemia, classificados de acordo com as células afetadas e a progressão da doença. A Leucemia Mieloide Aguda (LMA) ocorre principalmente em idosos, mas também pode acometer crianças e adultos. Já a Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é mais comum em adultos e frequentemente diagnosticada em exames de rotina, devido à sua evolução lenta. A Leucemia Linfoide Aguda (LLA), por sua vez, é o tipo mais prevalente em crianças, enquanto a Leucemia Linfoide Crônica (LLC) afeta, predominantemente, pessoas com mais de 55 anos.
Como identificar os sinais da leucemia?
Os sintomas da leucemia variam conforme o tipo e a velocidade de progressão da doença. Nas leucemias agudas, os sinais se manifestam rapidamente e incluem:
- Anemia: cansaço extremo e palidez, causados pela queda na produção de glóbulos vermelhos.
- Febre e infecções frequentes: devido à redução de glóbulos brancos saudáveis, que enfraquece a imunidade.
- Sangramentos espontâneos e manchas roxas: sinais de baixa contagem de plaquetas, essenciais para a coagulação.
Nas leucemias crônicas, os sintomas são mais sutis e podem evoluir lentamente. Entre os sinais mais comuns estão: cansaço persistente, alta contagem de leucócitos no hemograma e sangramentos leves. Além disso, pode haver aumento do baço ou do fígado, causando desconforto abdominal. Devido à evolução gradual, muitos casos de leucemia crônica só são detectados em exames laboratoriais de rotina.
O papel do médico patologista no diagnóstico
A identificação precoce da leucemia é extremamente importante para o sucesso do tratamento, e o diagnóstico começa com a análise detalhada de um hemograma. Este exame pode indicar alterações como anemia, baixa contagem de plaquetas e presença de blastos no sangue periférico. Quando essas alterações são detectadas, o médico hematologista solicita exames complementares, que desempenham um papel essencial na confirmação e classificação da doença.
Entre os principais exames diagnósticos estão:
- Punção aspirativa da medula óssea e mielograma: avaliam diretamente as células da medula óssea, determinando o tipo de leucemia.
- Citogenética e análise molecular: detectam mutações genéticas específicas, como a fusão BCR-ABL na LMC, importante para direcionar o tratamento.
- Imunofenotipagem: identifica as características das células leucêmicas, ajudando na diferenciação entre tipos de leucemia.
Os médicos patologistas desempenham um papel importante em todas as etapas do diagnóstico e monitoramento da leucemia. São responsáveis por realizar e interpretar exames complementares, como o mielograma e a imunofenotipagem, que ajudam a determinar o tipo exato de leucemia e a classificar sua gravidade.
Além disso, os médicos patologistas colaboram no acompanhamento da resposta ao tratamento, avaliando periodicamente as condições da medula óssea. Essa análise é crucial para ajustar terapias de forma personalizada e garantir melhores resultados, consolidando o papel desses profissionais como parte indispensável da equipe médica.
Tratamento personalizado para cada tipo de leucemia
O tratamento da leucemia varia conforme o tipo e a gravidade da doença. Nas leucemias agudas, a quimioterapia é a principal abordagem, sendo frequentemente combinada com terapias alvo-específicas para melhorar os resultados. Em casos graves, o transplante de medula óssea pode ser necessário para substituir a medula afetada por células saudáveis de um doador compatível. Nesse contexto, o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME) é uma iniciativa que conecta pacientes a potenciais doadores.
Nas leucemias crônicas, os medicamentos direcionados, como os inibidores de tirosina quinase para LMC, permitem o controle da doença com o uso diário de comprimidos. Essas terapias têm transformado o tratamento, proporcionando maior qualidade de vida aos pacientes. Para muitas pessoas, a leucemia crônica é tratada como uma condição controlável ao longo do tempo, com acompanhamento médico regular.
A importância do diagnóstico
Conscientizar a população sobre os sinais e a importância do diagnóstico precoce da leucemia é a melhor estratégia para melhorar as taxas de sucesso do tratamento. Médicos patologistas e laboratórios especializados têm papel central nessa missão, oferecendo tecnologia de ponta para identificar alterações com precisão.
Se você ou alguém que conhece apresenta sintomas relacionados à leucemia, procure um médico e faça os exames necessários.
O Célula Laboratório Médico assume o compromisso de trazer informações relevantes, atualizadas e de fontes confiáveis para que você se mantenha sempre bem informado e com a sua saúde em dia.
Responsável Técnico Médico
Dr. Marcos Michel Gromowski – Médico Patologista
CRM/MT 4934 RQE 13657
Referências
Abrale. Leucemias: saiba tudo sobre todos os tipos de Leucemias. Disponível em: https://abrale.org.br/doencas/leucemia/. Acesso em: 24/01/2025.
Ministério da Saúde. Leucemia. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/leucemia. Acesso em: 24/01/2025.
Mayo Clinic. Leukemia. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/leukemia/symptoms-causes/syc-20374373. Acesso em: 24/05/2025.